
Depois da noite desta quarta-feira (25), três realidades emergiram com clareza, diante de tantas já abordadas acerca do Grêmio de Renato, um time que se repete em alto nível, fazendo gols e não vazando na defesa. Lá se vão seis jogos sem tomar gol, inclusive. A vitória por 2 a 0 sobre o Goiás, no Serra Dourada, portanto, permite dizer, e não é de hoje:
Everton é melhor do que Pedro Rocha. Individualmente, é muita diferença. O gol que abriu o placar contra o Goiás, logo na abertura do segundo tempo, lembrou aquele de Ronaldinho em sua estreia na Seleção, contra a Venezuela. Tirou e driblou o zagueiro com um tapa usando o lado externo do pé. O de Ronaldinho foi mais bonito pelo chapéu, mas o de Everton esbanjou talento similar.
Pedro Rocha nunca fez um gol assim. Era um jogador mais tático, cumpridor de tarefas. Mas quando Everton aprendeu a recompor e cadenciar jogo, igualando-se a ele neste aspecto igualmente importante, o seu talento individual o alçou a um patamar bem superior. A partida está complicada? Bola no Everton. Ele domina, acelera e parte reto na direção goleiro, desviando de quem aparecer no caminho, a drible.
O ataque de 2018 é superior ao de 2017. A dupla Everton-André tem mais qualidade e repertório do que Pedro Rocha-Lucas Barrios. André foi poupado nesta quarta, mas é óbvio que, quando entrar em ritmo, mais Luan por trás dos volantes, o ataque gremista terá mais poder letal do que na maior parte do ano passado.
O melhor jogador do Grêmio até agora, em 2018, não é Geromel, que vai à Copa. Nem Luan, o melhor das Américas. Também não é Marcelo Grohe, que passou de 730 minutos em tomar gol. Nem mesmo Arthur, cobiçado pelo Barcelona, que deve exercer a opção de compra até junho. O melhor em 2018 e Everton. Ele dribla, arrisca, vai para cima, fura defesas. Suas jogadas são verticais de um jeito raro no futebol atual.