A história da política brasileira é cheia de casos de autoridades que misturam o público com o privado. Sabemos agora, pela reportagem do Giovani Grizotti, que nem alguns dos que se elegeram prometendo mudar essa realidade ficaram imunes ao velho jeitinho de fazer política aqui no país.
Pela gravidade do farto material apresentado na reportagem exibida no Fantástico, o caso que envolve o deputado estadual Ruy Irigaray (PSL-RS) precisa ser apurado até o último detalhe.
Por que três assessores pagos pela Assembleia Legislativa - ou seja, por mim, por vocês, por todos nós -, no lugar de trabalhar no Legislativo, reformavam a casa da sogra do deputado? Por que duas assessoras que denunciaram o parlamentar eram obrigadas a fazer tarefas doméstica para Irigaray, como limpar a casa e levar os filhos dele para a escola?
São flagrantes de situações em que o parlamentar se serve do Estado para benefício pessoal. É um velho traço da política brasileira, que vira a mexe reaparece. Uma diferença é que o parlamentar se elegeu pregando o "o uso adequado do dinheiro público".
Outra revelação importante da reportagem é a existência de um "gabinete do ódio" para disseminar conteúdo nas redes sociais. Funcionários da Assembleia usam estrutura pública para manter nas redes sociais um esquema de distribuição de conteúdo com o objetivo de atingir adversários políticos.
Desde quando funcionários público precisam fazer isso? Com qual objetivo? Tem prato cheio para a Assembleia Legislativa e o Ministério Público investigarem uma velha prática da "nova política".