Não há alternativa à Justiça Eleitoral a não ser adiar a eleição deste ano, marcada para outubro. Pelo calendário atual, em 16 de agosto, candidatos a prefeito e vereador em todo o país poderão ir às ruas para fazer campanha. Você consegue imaginar grandes aglomerações nestes tempos, mesmo que em agosto o pior da pandemia já tenha passado? Mais: vai ser possível fazer convenções partidárias em julho como sempre houve, com auditórios lotados? Claro que não. A pandemia que veio para mudar hábitos, processos, organizações e tradições vai atingir em cheio a eleição.

Nos próximos dias, o Tribunal Superior Eleitoral deve confirmar um novo calendário, provavelmente adiando a eleição para o fim de novembro, com segundo turno em dezembro. Um aspecto parece inegociável: os mandatos atuais não serão estendidos. Logo, a troca de poder deverá mesmo ser no dia 1° de janeiro. Transferir o dia da eleição implica alterações em todo o calendário, período para filiação, início da propaganda, por exemplo. Ainda assim, as medidas são necessárias. Se o mundo todo está repensando prazos e mudando a rotina, não faz sentido a eleição ficar de fora destas alterações.
A pandemia veio para estabelecer um "novo normal" e neste debate poderemos evoluir também no modelo de eleição. Já existem discussões, para o futuro, de voto online, sem a necessidade de presença do eleitor no local de votação. É um tema que, inevitavelmente, vai surgir ali na frente.