
Ruas esburacadas, escolas caindo aos pedaços, pais em fila de madrugada para garantir uma vaga ao filho no colégio, esgoto escorrendo pela via, praças mal cuidadas. Não é por nada que as prefeituras têm dificuldade em arrecadar recursos. O contribuinte não consegue perceber melhorias nos serviços públicos em muitos municípios da grande Porto Alegre.
Muitas vezes, as prefeituras falham no básico como a pavimentação de uma rua. O descrédito do poder público aliado à crise financeira e ao desemprego produzem um efeito que pode ser fatal para as prefeituras. Reportagem do Diário Gaúcho mostra que pouca coisa mudou na capacidade de pagamento e arrecadação do principal imposto municipal, o IPTU. Em Gravataí, Guaíba e Cachoeirinha, três em cada 10 contribuintes não pagaram o imposto. A inadimplência é ainda maior em Alvorada: mais de metade dos moradores estão devendo IPTU. Na Capital, os devedores somam 8,4% dos contribuintes.
O que justifica essa diferença? Uma população assolada pela crise que não consegue ver nenhuma vantagem no IPTU. O reflexo? Um deles é a educação. Alvorada tem uma das piores taxas de atendimento à Educação Infantil no Estado. Sem recursos, sem serviços. Outro efeito nefasto recai sobre os bons pagadores, contribuintes que pagaram em dia e recebem em troca pouco ou quase nada. Gera o sentimento de que o poder público faliu. Cabe às prefeituras abrir negociação, criar programas de parcelamento para garantir, em algum momento, a quitação do imposto. Em Cachoeirinha, por meio de um programa de renegociação, a prefeitura conseguiu, no ano passado, baixar a inadimplência ao patamar de 15%. De qualquer maneira, persiste um rombo. Gestão eficiente é a chave para solucionar o problema.