Lembro da primeira vez em que, analisando os dados de experimentos que testavam uma ideia, vi que estava completamente errada. Eu tinha trabalhado uns bons dois anos tentando responder a pergunta que norteava meu doutorado. Lembro das lágrimas de desespero ao ver a resposta ser um “não” gigante. Eu sozinha, num país estranho, e tudo o que eu achava que sabia estava errado. Meus colegas – que lá eram minha família – me consolaram. Mas meu orientador me olhou com um ar de estranheza e falou: “Ué? Não foi isso que você veio fazer aqui? Testar a hipótese? Bom, deu negativo; qual a próxima hipótese?”.
Caminhos da descoberta
Os cientistas e a paixão pela ignorância
Nosso treinamento se resume a isso: a verdade não é algo pessoal
Cristina Bonorino