Ao meu lado, caminhando na esteira, um colega de martírio aproveita para expressar a sua inconformidade com uma palavra desconhecida que acabava de ouvir na TV à sua frente, vinda de um repórter carioca que fazia uma transmissão direta de um dos morros do Rio de Janeiro. Para comprovar que a comunidade estava em paz, naquele momento, ele mostrava uma pacata fila de fregueses na padaria, muitas crianças se dirigindo para a escola e, num campinho improvisado, um renhido jogo de futebol que reunia os tornozelados contra o resto. "Pode isso, Moreno? Dá para inventar assim, na marra? Parece que eles tiram essas palavras da unha do pé com um pauzinho!" (o local que ele mencionou fica um pouco mais ao norte, mas achei mais elegante substituí-lo; como se diz por aí, entendedores entenderão...). Como não sou muito bom em caminhar e explicar ao mesmo tempo, pois toda minha concentração está focada em não cair daquela esteira rolante, prometi que responderia por escrito, na coluna desta quinta-feira — e é o que passo a fazer.
O Prazer das Palavras
Notícia
Tornozelados
No nosso caso, foi o progresso que fez tornozelado vir à tona e, ao que parece, de forma permanente
Cláudio Moreno
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