Uma cautelosa leitora (não informa nome, nem cidade onde mora) escreve para se assegurar de que não está prestes a cometer, como ela própria diz, um "mico irremediável". "Há tantos anos frequentando o Facebook e o Instagram, terminei aprendendo que não se deve corrigir o que os outros escrevem sob pena de perder amizades de muitos anos. Agora, porém, não vou perdoar, pois se trata de um desafeto, um colega do mal, um ressentido que sempre que pode tenta me prejudicar. Tenho certeza de que ele cometeu um erro grosso de Português no artigo que acaba de publicar no jornal digital do nosso Instituto, mas quero conferir com o senhor antes de fazer um comentário no nosso fórum. Ele é vaidoso e acha que sabe muito; por isso, levaria uma lição e tanto! Sou formada em Administração, mas tenho certeza de que sei mais gramática do que ele, pois cheguei a cursar vários semestres de Letras e adquiri o hábito de recorrer sempre à gramática e ao dicionário, além de não perder uma só coluna do Prazer das Palavras. Me ajude, professor: ele escreveu "o porta-voz do governador conseguiu açular ainda mais o conflito com um artigo atrabiliário publicado na Folha de São Paulo" — o termo grifado está empregado corretamente?".
O Prazer das Palavras
Atrabiliário
É muito comum empregar um vocábulo com um sentido que ele não tem, ou confundi-lo com outro que nada tem a ver com ele, a não ser uma configuração sonora semelhante
Cláudio Moreno
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