Se gato que nasce no forno não é biscoito, George Santos é uma espécie de empadão que mia. Filho de pais brasileiros que emigraram para os Estados Unidos nos anos 1980, Santos diplomou-se com louvor na escola que ensina a tirar vantagem de tudo e de todos sempre que possível (entre golpes e pilantragens de maior e menor calibre, chegou a embolsar dinheiro doado por fiéis de uma igreja para pagar o funeral da mãe). Como nasceu e cresceu nos Estados Unidos, agregou ao talento para a falcatrua a convicção granítica de que esforço e mérito pessoal naturalmente conduzem ao sucesso. Na escala Santos de ascensão social, sucesso é ter fama, dinheiro e imaginação em abundância para purpurinar a realidade. “Eu vou ser rico! Eu vou ser rico!”, repetia, como um mantra, quando ainda era um caloteiro júnior. Estava falando a verdade.
Cotidiano
Opinião
Anti-herói de dois mundos
Livro "The Fabulist" reivindica a cidadania do ex-deputado já no subtítulo: “mentira, trapaça, golpe, roubo e a lenda muito americana de George Santos”
Claudia Laitano
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