Minha filha e as amigas de infância comendo hambúrguer de berinjela. Minhas enteadas trocando o bife pelo tofu. A filha da minha amiga e o namorado comendo só frutas e saladas no churrasco de domingo. Crianças em idade escolar comunicando aos pais, não vegetarianos, a decisão de parar de comer carne. Filas nos restaurantes naturais da capital mais carnívora do país. Documentários abordando diferentes aspectos do assunto pipocando na grade da Netflix. O biólogo-celebridade Richard Dawkins promovendo seu livro mais recente, Science in the Soul, com um vídeo em que afirma que os animais sentem dor de forma mais intensa do que os humanos. Best-sellers como Homo Sapiens, o livro de não ficção mais vendido no Brasil nas últimas semanas, defendendo a ideia de que a Humanidade pode – e deve – desenvolver uma alternativa de alimentação mais barata, ecológica e ética do que o abate de vacas, porcos e galinhas. Os indícios estão aí para quem quiser ver: a carne é o novo cigarro.
A carne é o novo cigarro?
Verde é a cor mais quente
A mudança cultural atualmente em curso em relação ao consumo de carne não é o resultado de leis, mas de batalhas travadas em foro íntimo
Cláudia Laitano
Enviar email