Um simples jogo treino realizado na tarde de quinta-feira (3), no CT Luiz Carvalho, alimentou o mais precioso dos sentimentos que se pode encontrar em um torcedor de futebol. A ilusão que alimenta sonhos esteve presente no segundo tempo da vitória do Grêmio sobre o São José por 2 a 0.
Depois de um primeiro tempo morno e de um 0 a 0 com pouca emoção, o jogo ganhou um capítulo único que vai alimentar o torcedor gremista por muito tempo. O jovem argentino Lucas Besozzi, de 20 anos, anunciado como jogador do Grêmio poucas horas antes do seu primeiro treinamento coletivo, entrou e marcou os dois gols da partida, sendo o segundo com uma habilidade incomum nos dias de hoje.
Eu não quero com este texto, no entanto, falar do jovem jogador. Todos nós sabemos que gols em treino pouco definem sobre o futuro de um atleta e acho, inclusive, que qualquer análise deve ser relativizada em uma ação tão embrionária como o destaque individual de um jogo treino sem maiores exigências. Futebol é muito difícil e Besozzi tem muito o que caminhar para virar a solução de um time do tamanho do Grêmio.
O objetivo deste texto é apenas salientar a importância do sentimento do torcedor. A arte de poder sonhar faz do futebol uma paixão sem fim no coração da torcida e o gol de Besozzi permite exatamente que esse sentido aflore.
É muito bom sonhar. É muito bom ter a sensação de que algo diferente pode estar surgindo dentro da casa do Grêmio. Um jovem jogador vindo da Argentina é um bálsamo para a poesia do futebol e é fundamental que se sorria para isso. Não se pode sabotar a ilusão do torcedor. Esse seria o fim e Besozzi chegou para nos abrir mais uma chance de sonhar acordado.