Minha esposa costuma ler o jornal para seu pai. Ele está acamado há quatro anos, com sequelas da parada cardíaca. Não fala, circula apenas de cadeira de rodas e tem restritos seus movimentos de parte do corpo.
Ela preserva, oralmente, o hábito paterno de acompanhar as últimas notícias. A toalha de mesa e os cadernos de jornal abertos formam o mesmo tecido no café da manhã entre os dois.
Só que Beatriz escolhe as manchetes. Não quer desanimar Jair, não quer tirar dele a esperança no mundo.
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