Minha infância não foi globalizada. Não havia internet, redes sociais, celular. Eu mal saía do meu bairro. Minha experiência pode parecer tacanha à nova geração que se desloca para longe desde o berço, que fala com gente de qualquer parte, que tem o inglês como um segundo idioma básico.
Mas não troco meu conhecimento de chão por um passaporte totalmente carimbado.
Eu ainda prefiro ter a cidade como meu mundo a ter o mundo como cidade, diferentemente de quem nasceu depois dos anos 2000.
Hoje você tem mais facilidades de adaptação, de comunicação, de locomoção. Só que não sossega num lugar fixo. Não tem um lugar sagrado, uma residência definitiva. Não conhece sua cidade “como quem examinasse a anatomia de um corpo”, para lembrar verso emblemático de Mario Quintana.
Bairrismo
Opinião
A cidade como mundo, ou o mundo como cidade
Não troco meu conhecimento de chão por um passaporte totalmente carimbado
Fabrício Carpinejar
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