
Na última Quinta-feira Santa, durante o Lava-pés, assistia ao padre Kauê Antoniolli, na Igreja Nossa Senhora de Lourdes, em Porto Alegre, curvando-se diante de fiéis para cumprir a tradição. Lembrei-me na hora do papa Francisco, que tantas vezes lavou os pés de detentos. Um gesto simples apenas relembrando o que Jesus Cristo fez na Última Ceia, quando lavou os pés de seus discípulos.
Francisco escandalizou quem achava que ele não deveria encontrar presidiários ou mesmo autoridades de direita ou de esquerda, pois recebeu quem o procurou. Chocou os mais conservadores ao acolher homossexuais e não deixou divorciados à margem da Igreja.
O papa argentino levou um pouco da América Latina e seu jeito próximo, autêntico e real ao maior posto da Igreja Católica. Conectou fiéis, católicos ou não. Foi imagem de amor, um sentimento tão simples, mas que demanda humildade, respeito e carinho. Abraçou os que se sentiam sozinhos. Aqueceu a fé e deu esperança. O representante de Jesus na Terra foi próximo do que Ele faria.
Descanse em paz, Francisco. Sua missão aqui foi cumprida. Seu legado não será esquecido.