
Nessa semana o Estado abrigou mais uma vez o South Summit, evento que evidencia soluções em inovação e tecnologia, premia startups e debate novidades nesse mundo que não é explorado por todos nós, cidadãos leigos em muitas partes desse assunto. Deve ser um orgulho para a gente ter aqui, pertinho, num dos nossos cartões-postais, um evento desse porte.
Perdi as contas de quantas vezes ouvi falar em inteligência artificial nesses três dias e tudo que ela pode fazer por nós. Pode não, já está fazendo, e em alguns casos nem percebemos ainda. IA não é relativa a um futuro distante nem mesmo a filmes de ficção. Enquanto algumas pessoas tinham medo de que as vacinas roubassem seu material genético, o que é uma bobagem, essas mesmas colocam todos seus dados à disposição dos aplicativos e equipamentos. Hoje somos facilmente observados pela tecnologia, que sabe o que pesquisamos, procuramos em lojas ou sites, compramos ou assistimos.
Nossas redes sociais mostram o que simpatizamos ou polemizamos. Nada é por acaso. Engana-se quem acha que existe almoço grátis na internet. Quando a plataforma indica um filme que é do meu tipo, é porque minhas informações anteriores disponibilizadas ali mostram qual é o meu gosto. Para música, para compras, para notícias e até desinformação. É assim que o jogo funciona, a não ser que você more numa ilha sem internet nem telefone.
A IA tem muita coisa boa. Ainda estamos aprendendo a domar as plataformas, ao menos no meu caso, mas é surpreendente como a tecnologia pode nos ajudar se bem utilizada. Dia desses, ao ouvir duas pessoas falando sobre as maravilhas feitas pela inteligência artificial no trabalho delas, agilizando a formatação de planilhas, apresentações e fazendo gráficos rapidamente, uma terceira pessoa ficou matutando, até que perguntou o que a IA ajudaria na vida dela, já aposentada. Ficou também maravilhada ao saber que pode inclusive conversar com um aplicativo no celular. Que tem como ser lembrada de compromissos ou mesmo de remédios que precisa tomar.
Na saúde, a IA pode ajudar automatizando cadastros e agilizando filas. Na educação, já está ajudando a mapear a evasão escolar, acelerando um diagnóstico que precisa ser tratado. Os e-mails no trabalho agora têm a possibilidade de ajudar a resumir uma conversa ou até escrever para um colega. Pode otimizar processos jurídicos e também ajudar médicos.
Este é um mundo sem limites, que exige cuidados, responsabilidade e discussão ética, mas é uma realidade já posta. Negar a existência agora será pagar uma conta mais cara logo ali na frente. Inteligência artificial, somada às pessoas que souberem tratar dela, não é o futuro, é o presente.