O Comitê Olímpico do Brasil (COB) vem se tornando, a cada ano, um dos principais do mundo. Não só pelos resultados conquistados pelos atletas brasileiros nas competições internacionais, mas também pelo valor de mercado que representa.
Esse crescimento teve início há quase duas décadas, quando o país passou a receber eventos como Jogos Pan-Americanos e Olímpicos e as principais empresas passaram a investir pesado, assim como receitas foram criadas através de leis de incentivo e também verbas advindas das loterias.
Apesar disso, um recente estudo feito pelo COB mostrou que ainda há um longo caminho a ser percorrido e que esse mercado, o de esportes olímpicos, ainda tem muito a ser explorado.
Nessa pesquisa foi constatado que o investimento ainda é mais direcionado ao futebol, que domina o noticiário e a preferência do brasileiro. Desta verba, 42% é aplicado em televisão; 36% em área digital; 10% em OOH (mídia out of home), que compreende qualquer forma de publicidade ou comunicação que atinge o público quando ele está fora de casa; 6% em pay tv (tv por assinatura); 4% em rádio e 2% na mídia impressa.
De olho neste mercado a ser explorado, o COB também buscou saber como ele é visto pelos brasileiros e as expressões "COB" e "Time Brasil" receberam 40% de respostas como significado de "atletas do país" ou "o nosso país". Atualmente, o comitê brasileiro é o segundo em seguidores em redes sociais no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. São computados números do Instagram, Facebook, TikTok, YouTube e X (ex-twitter). Mas quando o engajamento é o número considerado o Brasil assume a liderança, provando que o interesse do público é grande e que é possível se explorar ainda mais este nicho.
E fora das quadras, pistas, piscinas, ginásios, campos, quem assumiu a liderança desta área de marketing do COB foi Gustavo Herbetta, que trabalhou por 15 anos no mercado publicitário no Brasil e Estados Unidos, em posições de liderança de grandes multinacionais da comunicação (McCann Worldgroup, DM9/DDB, e Grupo Publicis), sendo responsável por campanhas de, marcas como Nestlé, Coca-Cola, Walmart e Intel e que vem atuando na última década exclusivamente no marketing esportivo (Corinthians e CBF).
Desde maio de 2022, quando foi anunciado como diretor de marketing do COB, Herbetta prospectou cerca de 230 empresas e ampliou o número de patrocinadores da entidade de seis para 19, sem contar os 14 parceiros olímpicos mundiais. Isso significou um crescimento de 240% de receita para a entidade brasileira.
Em um mundo cada vez mais conectado, o COB busca ampliar seu público, especialmente entre os jovens e criou a primeira campanha institucional de sua história em 109 anos de história, a “Manda Brasa, Brasil”, que irá até os Jogos de Paris-2024.
No período olímpico, o comitê irá realizar diversas ações para aumentar a visibilidade de sua marca e de seus patrocinadores. Na capital francesa será erguida a Casa Brasil, localizada no Parc La Villete. O lugar terá capacidade para receber até 5 mil pessoas por dia e ficará em uma área compartilhada com outros 12 comitês olímpicos nacionais.
E aqui no Brasil, em São Paulo, será criado o Parque Villa Olímpica. O local temático terá telões para o público acompanhar as principais competições envolvendo os brasileiros e oferecerá clínicas esportivas, shows musicais e terá área exclusiva para os patrocinadores do COB.
Para que isso aconteça, o COB irá revitalizar toda a área esportiva do Parque Villalobos, na capital paulista, deixando a estrutura como legado olímpico para a cidade que é candidata a sediar os Jogos Pan-Americanos de 2031 e que tem no seu horizonte receber os Jogos Olímpicos.