No começo do Mundial masculino de vôlei, escrevi aqui, neste espaço, uma coluna com o título: "O preocupante período de transição do vôlei masculino do Brasil". A motivação não estava num possível fracasso da seleção na competição que se inciaria na Eslovênia e na Polônia, onde foi encerrada neste domingo com o time comandado por Renan Dal Zotto subindo no pódio em terceiro lugar.
O objetivo foi de alertar sobre as dificuldades de renovação, num momento em que vários nomes começam a deixar a seleção. Por exemplo, para este campeonato, Renan precisou chamar às pressas o oposto Wallace, que já havia decidido por se aposentar da equipe nacional. O veterano atendeu o pedido e se destacou na campanha rumo ao bronze, mas após a partida deste domingo (11), contra a Eslovênia, reiterou que foi um caso específico e que não se vê nos Jogos Olímpicos de Paris, daqui dois anos.
Para quem observar apenas o resultado, a preocupação pode até não existir. Porém, com um calendário repleto de competições internacionais, é necessário que o Brasil comece a usar mais jogadores jovens, mesmo que os resultados não sejam os melhores. Será mais importante dar rodagem , experiência para evitar que os grandes eventos sejam o teste de fogo para algumas promessas. É muito melhor um atleta começar em jogo de Sul-Americano, Liga das Nações, por exemplo, do que em Mundial ou Olimpíada.
Neste Mundial, os nomes de peso como Bruninho e Lucão, ambos com 36 anos, Wallace, 35, e Lucarelli, 30, mais uma vez foram a sustentação da seleção brasileira. Mas se observarmos a Itália, por exemplo, que foi dominante nos anos 1990, assim como o Brasil nos anos 2000-10, seus três grandes destaques, o levantador Giannelli, o oposto Romanò e o ponta Michieletto, tem 26, 25 e 20 anos, respectivamente, e fizeram parte de seleções campeãs mundias nas categorias de base.
Por essas questões de renovação, abordadas até mesmo pelo capitão Bruninho, na entrevista oficial ainda na quadra, após a vitória sobre a Eslovênia, o bronze do Mundial encerrado neste domingo (11) tem um gosto de ouro:
— Significa muito, uma nova medalha, a sexta seguida. Queríamos mais, com todas as dificuldades, problemas físicos que tivemos, temos que celebrar, ficar orgulhosos — afirmou o camisa 1, que também fez questão de lembrar que " temos que entender que estamos mudando de geração".