A noite de quinta-feira (30) marcou a cerimônia de celebração da posse da nova gestão do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Em um evento realizado no Campo Olímpico de Golfe, no Rio de Janeiro, Marco Laporta, Yane Marques, Emanuel Rego, Marcelo Vido e Manoela Penna, que ocuparão os principais cargos da entidade para o ciclo Los Angeles 2028 fizeram os primeiros anúncios, como a nova identidade visual do COB, um novo programa que visa trazer mais recursos às confederações e um slogan ousado de um projeto chamado "Juntos por uma Nação Esportiva".
Mas, para além dos projetos e apresentações protocolares, o que pude observar foi uma maior leveza no ambiente e a verdadeira ideia de divisão de tarefas, especialmente entre Laporta, o presidente, e Yane, a vice. O entusiasmo de ambos é perceptível a cada conversa ou entrevista, o que denota uma ideia de que o COB quer e vai avançar. Não há fórmula pronta.
Mas a renovação é algo que traz benefícios. Se lá atrás houve avanços na gestão de Paulo Wanderley, especialmente no duro e longo ciclo de Tóquio, é inegável que o período mais curto até Paris surfou muito mais nos resultados anteriores do que demonstrou grande avanço, com raras exceções.
Dessa forma, corrigir caminhos e gerir melhor a capacidade de atletas e treinadores será fundamental para que em 2028, o Brasil ao menos se mantenha na posição de relevância atingida a partir dos anos 2000, quando resultados internacionais começaram a aparecer não só por talento individual, mas também por planejamento.
E nesse aspecto nada melhor que o retorno de alguém que não deveria ter saído do COB. Me refiro a Jorge Bichara, que por não concordar com uma decisão do ex-presidente Paulo Wanderley em dividir a diretoria de esportes do COB, saiu da entidade em março de 2022, logo após o melhor resultado da história brasileira nos Jogos de Tóquio.
O retorno de Bichara fará bem ao esporte brasileiro e aos atletas em especial. Sua forma de lidar com os detalhes é uma característica que agrega, que dá tranquilidade de trabalho, como um verdadeiro suporte, algo que havia ficado um pouco mais distante no ciclo de Paris, segundo os próprios atletas, que se sentiam mais acolhidos no período anterior.
Claro que tudo terá que ser provado na prática. O ciclo está só começando e as mudanças ainda estão sendo implementadas. Mas a noite de quinta-feira no Campo Olímpico de Golfe deu a impressão de que o esporte brasileiro passará a respirar novos ares.