Esta sexta-feira é o dia de conhecer os resultados dos negócios alinhavados ou fechados durante a Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no norte do Estado. O balanço feito pela cooperativa sai à tarde, mas já é possível fazer uma previsão sobre as vendas.
Bancos e organizadores estimam redução no total comercializado na comparação com o ano passado. Realista, o presidente da Cotrijal, Nei César Mânica, sabe que vai ser difícil alcançar ou bater a marca de 2014 - R$ 3,2 bilhões. Ainda que animado pela colheita histórica da atual safra de verão, o produtor está cauteloso. O cenário econômico, a insegurança quanto à liberação de recursos e a indefinição sobra as novas taxas de juros - que irão subir como anunciou a ministra Kátia Abreu na feira - estão pesando nas decisões.
- Não vamos ter recorde todo ano - afirma Mânica, em relação ao histórico dos últimos quatro anos.
Para a indústria de máquinas e implementos, existem três grandes dúvidas: qual será a taxa a partir do reajuste, qual o percentual de financiamento e se o juro será fixo ou variável. Na atual linha de crédito do Moderfrota, com o menor percentual vigente, o limite é de 90%. No caso do Finame/PSI, de 70%, a juro de 7%.
No Banco do Brasil - que responde por cerca de 70% dos financiamentos agrícolas - a maior procura na feira, em valor, será pelo Moderfrota, segundo o gerente de mercado agronegócio, João Paulo Comerlato. Entre 70% e 80% das propostas são para essa linha, com 4,5% de juro.
Há um ano pesquisando valores e condições, o agricultor Vilço Dal Pizzol e o filho Evandro decidiram aproveitar para comprar agora uma colheitadeira nova. Queriam aproveitar o juro de 2% das linhas do Pronaf, voltadas à agricultura familiar.
O equipamento atual é ano 1979 e adquirido usado, em 1990. A família tem cem hectares onde cultiva soja, milho, trigo, canola e uma pequena área de feijão.
- Acho que ainda está bom para investir na agricultura - avalia Vilço.