Com uma contraproposta na mão, a Marfrig adiou para a próxima semana a possiblidade de um desfecho nas negociações com o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação de Alegrete. A negociação tenta resolver o impasse criado em torno da suspensão das atividades do frigorífico no município da Fronteira Oeste.
A empresa propõe que a unidade siga funcionando por mais um ano, mas com número reduzido de funcionários. Dos 621 empregados, 250 seriam mantidos em Alegrete. A outros 120, seria oferecida a possibilidade de transferência para o frigorífico de São Gabriel.
- É uma proposta ruim, porque vai deixar 50% dos trabalhadores desempregados. Mas, ou se aceita, ou a planta pode mesmo fechar. Devemos apresentar uma nova proposta - afirma Marcos Rosse, presidente do sindicato.
A sugestão será para manter 300 funcionários em Alegrete. Há ainda outros pontos a serem avaliados: banco de horas, tempo gasto para troca de uniformes e a redução de salários em até 30%.
Nova reunião de conciliação está marcada para a próxima quinta-feira, no Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. Antes, os representantes do sindicato ainda se reúnem com integrantes do Ministério do Trabalho.
Mas o dia D dessa negociação será na sexta-feira, quando ocorre assembleia em Alegrete com os trabalhadores.
- A ideia é estar com tudo definido até dia 9 - diz Rosse.
Procurada, a Marfrig informou, por meio da assessoria, que não vai se manifestar neste momento.
Está claro, pelo que se discutiu até agora, que haverá demissões. As tratativas servem para tentar diminuir o tamanho da lista, já que o impacto à economia é grande - a empresa é o segundo maior empregador do município.
- O maior prejuízo é ficar com o frigorífico fechado. É uma planta com condições de exportar. Dificilmente outra empresa vai assumir - pondera Pedro Piffero, presidente do Sindicato Rural de Alegrete.