Em meio aos assuntos que serão colocados à mesa na transição entre a atual e a nova gestão da Secretaria da Agricultura, um tema importante começa a ser discutido nesta terça-feira. É o futuro da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa).
O atual presidente, Márcio Pilger, tem reunião com o novo titular da secretaria, Ernani Polo, na qual apresentará um balanço do que foi feito na estatal nos últimos quatro anos. Polo afirma que ainda não há um projeto definido para a Cesa:
- Vamos conversar com o governador (eleito José Ivo Sartori), porque ele é o comandante máximo do processo. Não tem nenhum tipo de pensamento ou decisão ainda.
Leia todas as últimas notícias de Zero Hora
Quando tornou público o problema da estatal, com as finanças sugadas por dívidas - especialmente trabalhistas, acumuladas ao longo de anos -, o atual governo tinha um projeto: federalizar a companhia. Após idas e vindas entre ministérios da Agricultura e da Fazenda, a proposta não avançou por falta de interesse do Planalto.
Investiu-se, então, no plano B: sanear as contas e buscar fontes de receita. Um dos principais êxitos, na avaliação de Pilger, foi o freio nas ações trabalhistas. Eram 534 há quatro anos. São, hoje, 182. De R$ 55 milhões acordados em ações, R$ 42 milhões foram pagos.
A companhia também negocia dívida antiga com o BRDE, de R$ 56,8 milhões, usados para ampliar a capacidade estática das unidades de Ibirubá e Santo Ângelo. Cálculo pericial feito a pedido do advogado da Cesa apontou um novo valor: R$ 18,53 milhões.
De olho na receita, abriu-se espaço para o trigo e para projetos como o tombador hidráulico no terminal de Rio Grande - ainda por finalizar -, parceria para uso de contêiner no transporte de carga, já assinada, e a ideia de construir área retroportuária em Capão do Leão. O edital chegou a ser publicado, mas precisou ser modificiado e está pronto para nova publicação, se interessar.
Com os ajustes, a Cesa voltou a registrar lucro operacional. Mas apesar de todo o esforço, o passado de dívidas mantém as contas no vermelho - o prejuízo em 2013 foi de R$ 62,67 milhões, conforme balanço da estatal.
E qual sugestão Pilger deve dar sobre o futuro da Cesa?
- Não adianta investir sem mexer na estrutura, que inclui ex-autárquicos.
Fazer concurso público, se desfazer de algumas unidades e entender que a Cesa tem um papel "também do ponto de vista logístico" são outras alternativas.