
A retomada das vendas de carne bovina brasileira para a China cria uma expectativa de negócios proporcional ao tamanho desse mercado. Projeções feitas pelo governo federal indicam que o Brasil pode abocanhar uma receita entre US$ 800 milhões e US$ 1,2 bilhão em 2015 com as vendas do produto.
Otimista, o ministro da Agricultura, Neri Geller, acredita que já na segunda quinzena de dezembro será possível dar início aos embarques do nosso produto. No pior dos cenários, as vendas seriam concretizadas em janeiro do próximo ano.
Anunciada em junho, quando o líder chinês, Xi Jinping, veio ao país, a reabertura do mercado foi sacramentada durante o final de semana, com a assinatura de um protocolo entre os dois países.
O embargo persistia desde 2012, quando o Brasil comunicou oficialmente um caso atípico do mal de vaca louca, como é conhecida a encefalopatia espongiforme bovina, registrado dois anos antes no Paraná. Mesmo com a manutenção do status de risco insignificante à doença pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMS), os chineses mantinham as compras suspensas.
Atualmente, oito frigoríficos no país estão credenciados para vender carne bovina aos chineses. No Rio Grande do Sul, o único habilitado é o Marfrig de Alegrete - o mesmo que corre o risco de fechar as portas.
A euforia brasileira pelo recuperação desse mercado se justifica à medida que cresce o apetite chinês por proteína animal. Um país com mais de 1 bilhão de bocas para alimentar, de fato, não pode ser ignorado.
No ano passado, a China importou um total de US$ 1,3 bilhão em carne bovina. Em 2012, havia comprado US$ 255 milhões, sendo US$ 37,76 milhões do Brasil.