A indústria brasileira de carnes está com o prato cheio. Novos balanços divulgados mostram que o desempenho do setor neste ano consolida o Brasil como maior fornecedor de carne bovina do mundo. Crescemos em volume, em faturamento e no valor médio do produto embarcado. De janeiro a agosto deste ano enviamos ao Exterior mais de 1 milhão de toneladas, que renderam US$ 4,75 bilhões, 13,78% a mais do que igual período do ano passado.
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E não está entrando nessa conta o impacto de conquistas importantes, como a ampliação do número de unidades habilitadas a fornecer carne para a Rússia e a retomada do mercado chinês. O fim do embargo temporário, anunciado em julho, durante a visita do presidente Xi Jinping ao Brasil, ainda não se concretizou na prática - há procedimentos pendentes.
Russos são os segundos maiores importadores de carne bovina e, com novas unidades credenciadas, devem reforçar a posição.
- Há perspectiva de consolidar e ampliar o cardápio, com a possibilidade de venda de miúdos - analisa Antonio Jorge Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne (Abiec).
Na lista de conquistas, cita ainda a retomada das vendas para Irã e Egito da carne produzida em Mato Grosso. Os negócios haviam sido temporariamente suspensos após registro de caso atípico de vaca louca naquele Estado. Camardelli também acha que o Brasil receberá ainda em 2014 um presente de Natal: o tão aguardado acesso ao mercado americano.
Para a carne de frango, a força do mercado chinês e russo também aparece. Os embarques para a China cresceram 20% depois de habilitação de cinco novas unidades, observa Francisco Turra, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Na comparação entre julho e agosto, o volume enviado à Rússia como destino também cresceu 15,6%.
Em um cenário favorável como o atual, o Brasil só precisa continuar a fazer a lição de casa para ter produtos à mesa no Exterior.