Começa a tomar forma o levantamento que vai em busca de um raio X da situação da indústria de carnes gaúcha - mais especificamente dos frigoríficos bovinos. O projeto tem sido pensado em parceria por um conjunto de entidades e terá a coordenação do Conselho Técnico Operacional da Pecuária de Corte do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa).
A execução ficará por conta do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial do Estado (Senai) e do Núcleo de Estudos de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva da UFRGS e a estimativa é de que o trabalho esteja concluído ainda no primeiro semestre.
- Queremos ter um diagnóstico do porquê das dificuldades existentes. A capacidade instalada está sendo utilizada? Temos matéria-prima para essa capacidade? A estrutura existente atende às normas adequadamente? Esses são pontos do levantamento - explica o presidente do Fundesa, Rogério Kerber.
Com base em dados reais, será possível elaborar um plano de ação para eliminar problemas já percebidos pelo setor, como a ociosidade da indústria.
- O principal gargalo tem sido a falta de matéria-prima. Hoje, a média de ociosidade da indústria é de 30% - afirma Ronei Lauxen, presidente do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado, que participa do projeto.
Em 2012 - os dados de 2013 ainda estão sendo fechados -, foram abatidas 1,7 milhão de cabeças no Rio Grande do Sul. Mas há capacidade de se chegar a 2,5 milhões de cabeças por ano. No universo da pesquisa entrarão empresas com inspeção federal, estadual e municipal. São 380 estabelecimentos, segundo dados até novembro compilados pelo Fundesa.
- A ideia é mostrar as dificuldades do ponto de vista do empreendedor e também do setor público - completa Carlos Simm, da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), outra parceira dessa iniciativa.