No mesmo dia em que o Brasil comemorou o primeiro embarque comercial de carne de frango para o México - mercado recém conquistado -, os resultados de uma pesquisa encomendada pela União Brasileira de Avicultura (Ubabef) mostram que a perda de competitividade nas exportações custa caro. Em quatro anos, o país deixou de ganhar US$ 1,65 bilhão em receita e de gerar 94 mil empregos, diretos e indiretos.
O estudo feito em parceria com a consultoria Agro.Icone projeta que até 2020 poderão ser 103 mil postos de trabalho perdidos. Durante um ano, agroindústrias brasileiras foram monitoradas de perto, assim como nossos concorrentes no mercado global, como Estados Unidos e Tailândia.
- Estamos no limite máximo de despesas - sustenta o presidente da Ubabef, Francisco Turra.
A lista dos itens que atrapalham nossa competitividade não chega a ser nova: mão de obra, logística, embalagens, Custo Brasil. Mas as diferenças em relação à concorrência precisam ser consideradas. O custo com a mão de obra - em dólar -, por exemplo, cresceu 176% de 2006 a 2012. Só com o pagamento dos 9 mil dos funcionários do Serviço de Inspeção Federal (SIF) que trabalham junto às empresas, são R$ 232 milhões por ano.
Para tentar reverter o quadro, Turra diz que as indústrias precisam investir na exportação de produtos diferenciados, que ficam mais valorizados. A seu favor, o Brasil tem milho e soja a preços competitivos e mão de obra que, apesar de ser cara, é qualificada.
- Não adianta aumentar a produção. Precisamos agregar valor - ressalta.
Mais do que somar mercados - atualmente são 155 destinos mundo afora - a indústria de frango precisa consolidar e ampliar receitas. Para o Brasil sair ganhando.