A jornalista Carolina Pastl colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
Mais ácida e com pouca matéria orgânica. Foi assim que ficou o solo em área de fruticultura na Serra, depois da enchente de 2024. O diagnóstico vem de um estudo feito pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Na prática, essa condição identificado afeta diretamente a capacidade produtiva na região, explica Gustavo Brunetto, que coordenou o trabalho.
O maior problema, elenca Allan Kokkonen, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Solo (PPGCS) e integrante do projeto, está na perda da matéria orgânica. Sem o composto, perde-se em "saúde" do solo, explica o estudante:
— (A matéria orgânica) é responsável por dar estrutura e agregação ao solo, o que é crucial, pois é o que facilita a retenção de água.
O aumento na acidez foi corrigido com aplicação de calcário. Em razão disso, muitas áreas analisadas retomaram seus cultivos.
O estudo
- Faz parte de um projeto de extensão dos Programas de Pós-Graduação em Ciências do Solo (PPGCS), em Agrobiologia (PPGAgroBio) e em Química (PPGQ) da UFSM
- Pesquisadores da instituição realizaram um trabalho de coleta e análise de solo nos municípios de Pinto Bandeira, Bento Gonçalves e Veranópolis
- Neles, as amostras foram coletadas em 10 áreas de deslizamento de propriedades rurais dedicadas à fruticultura
- Os próximos passos do projeto envolvem o encaminhamento dos resultados de análise para as famílias de produtores, além da realização de eventos para a divulgação e explicação dos dados
- O projeto também pretende realizar análises agrobiológicas e químicas, a partir dos programas de pós-graduação parceiros, e criar cartilhas e relatórios para técnicos e produtores