
Mesmo com as portas de mercados importantes, como a China e o Chile, ainda fechadas, o Rio Grande do Sul teve um primeiro trimestre de alta nas exportações de carne de frango. O crescimento de 12,8% no volume embarcado, que somou 191,4 mil toneladas, reflete o apetite global pela proteína brasileira, amenizando a ausência desses compradores importantes.
— Muitas indústrias redirecionaram ( a produção) para determinados mercados, que se destacaram — observa José Eduardo dos Santos, presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav).
O apetite aumentou com força em destinos da proteína brasileira como as Filipinas, (alta de 43,6% em março) e México (+52,4%). Como o RS está inserido nesses mercados, isso fez com que a exportação crescesse, explica Santos.
O que não quer dizer que não se busque a recuperação, principalmente da China. E um "empurrãozinho" para a retomada poderá vir da guerra comercial travada por Estados Unidos e China.
— Agora que existe essa super taxa é o momento de a China voltar a comprar do Rio Grande do Sul para ter mais uma garantia de fornecimento — entende o presidente da Asgav.
A confiança na retomada do Chile vem da sinalização de uma missão do país sul-americano que deve vir ao RS em junho. A vinda de comitiva técnica é o primeiro passo dentro dos acordos sanitários existentes entre as duas partes.
Por outro lado, a diversificação de destinos alcançada pelo Brasil, que amplia seu espaço de liderança no mercado global por manter os rebanhos comerciais livre da influenza aviária — tem ajudado a compensar as suspensões que se mantêm. Os embargos vieram no ano passado, após o foco de Doença de Newcastle no Estado e, mesmo com a ocorrência prontamente encerrada, são mantidos.
— Diversos dos mercados de maior valor agregado apresentaram altas expressivas, o que se refletiu, também, em uma receita em nível de crescimento mais elevado em relação aos volumes — acrescentou o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin.