Um visitante vem chamando a atenção de banhistas de Cidreira, no Litoral Norte. Trata-se de um elefante-marinho, que chegou à praia gaúcha há cerca de duas semanas.
Conforme a Patrulha Ambiental (Patram) do 1° Batalhão Ambiental da Brigada Militar, o animal está realizando troca de pele e deve seguir caminho nos próximos dias.
Agentes da Patram estão monitorando a estadia do animal na praia. Especialistas do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) também foram acionados para verificar a saúde do elefante-marinho.
— O animal está bem fisicamente. Além disso, o local está sinalizado para que as pessoas não se aproximem muito — relatou o tenente Juares Matias, da Patram.
Cena incomum
A moradora do município do litoral gaúcho Rosana Pires, 41 anos, conta que nas últimas semanas pessoas estão postando fotos e vídeos do animal na região. Contudo, ela não havia presenciado o bicho na praia até esta quinta-feira (26).
— Eu acho superlegal esses encontros entre banhistas e animais marinhos. Acredito que as pessoas aprendem sobre respeitar o espaço dos animais selvagens — pondera.
Quem também avistou o animal foi a veranista Rúbia Faria, 18 anos. Ela curtia a praia com a família nesta quinta, quando viu o elefante-marinho se locomovendo pela areia.
Rúbia relata que, em um determinado momento, o animal foi descansar sob as escadas que levam à praia.
— Acho que eles ficam assustados com a multidão — pondera a banhista, que registrou o encontro com o animal em seu perfil no Instagram.
Cuidados de convivência
Apesar de o caso ser curioso para os veranistas, o professor Ignacio Benites Moreno, do curso de biologia marinha da UFRGS, ressalta que não é saudável para o animal, tampouco para os seres humanos, a aproximação extrema.
Por isso, o especialista ressalta ser importante manter distância para evitar a transmissão de doenças. Ele cita como exemplo os casos de influenza aviária registrados em mamíferos marinhos no Litoral, em 2023. Também há outros motivos:
— Também, o animal estressado pode reagir de forma bruta, mesmo sendo manso. Então, é importante que as pessoas não cheguem perto para ter segurança. Se quiserem filmar, filmem de longe, no mínimo 50 metros, que já é estressante para o animal. Além disso, as pessoas também podem contaminar o animal com alguma virose, alguma cepa humana, se chegarem perto. O que pode prejudicar não só o animal como também a colônia dele — ressalta o professor.
Outras recomendações do professor incluem não alimentar o animal marinho, tampouco levar outros bichos, como cachorros, para perto do elefante-marinho.
Como se portar ao ver um animal marinho na praia:
- Apesar de não serem agressivos, quando coagidos animais marinhos podem representar risco à segurança. Portanto, ao ver um elefante, lobo ou leão-marinho na praia, é fundamental manter distância
- Além de preservar a segurança, esse distanciamento permite que o animal descanse e recupere as energias para retornar ao ambiente marinho
- Não alimentar o animal, que possui alimentação específica
- Evitar se aproximar do animal para não se contaminar ou transmitir doenças a ele
- Em caso de encontro com algum animal ferido em praia, é possível contatar a Patrulha Ambiental da Brigada Militar pelo WhatsApp: (51) 98608-0836