Das 696 mortes registradas no trânsito no primeiro semestre deste ano, 445 (63,93%) ocorreram em trechos de rodovias, segundo o levantamento do Detran. Nesse montante, 274 ocorreram em rodovias estaduais — 12 a mais do que no ano passado — e 171 em vias federais — 58 a menos em comparação com igual período de 2019. Levando em conta apenas os números absolutos, o total de mortes nesses dois tipos de via caiu 9,36% em relação ao mesmo período do ano passado (491).
Colocando uma lupa sobre os números, a BR-116 figura no topo da lista. A rodovia, que atravessa o Estado entre a divisa com Santa Catarina, no Norte, e Jaguarão, no Sul, concentrou 30 óbitos no período, seguida pela BR-386 (veja mais abaixo). Mesmo com o número elevado, a BR-116 contabilizou 14 mortes a menos em comparação com o ano passado.
No âmbito estadual, a RS-122 e a RS-287 ocupam juntas a posição das rodovias com maior número de mortes: 22. O comandante do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), coronel José Henrique Gomes Botelho, destaca que essas duas vias têm grande extensão, concentram grande fluxo de veículos e passam por diversos trechos de perímetro urbano, com destaque para a RS-287 nesse sentido.
Em relação à RS-122, o comandante também aponta as condições climáticas como fatores que também influenciam no maior número de acidentes:
— A 122 pega um trecho de serra ali, que é bem complicado a partir de São Vendelino e que vai até Caxias do Sul. O pior trecho, que pega maior parte de pista simples, é entre São Vendelino e Farroupilha. Ainda tem as nossas questões climáticas, em especial na RS-122, são muito complicadas. Nesse período de inverno, tem nevoeiro, neblina, muitas vezes associados à chuva — destaca Botelho.
O que diz Polícia Rodoviária Federal
Em relação a BR-116, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) explica que, devido ao grande fluxo de caminhões, as colisões frontais tendem a ser mais graves no trecho entre Eldorado do Sul e Rio Grande. Já, entre Porto Alegre e Dois irmãos, o alto fluxo e a quantidade de pedestres contribui para o elevado número de atropelamentos.
Sobre a BR-386, a PRF diz que o alto fluxo de veículos, a falta de obstáculos entre as pistas em alguns pontos e a grande quantidade de áreas urbanas são características que contribuem para a ocorrência de acidentes.
No trecho que segue até a divisa de Santa Catarina, a pista é simples, em mau estado de conservação em alguns pontos, sendo comum as colisões frontais também.