Responsável por conduzir as negociações com os caminhoneiros que bloqueiam rodovias, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, afirma que o governo confia na dispersão do movimento no país. Em entrevista exclusiva ao Grupo RBS, ele reforça que as propostas apresentadas pelo Planalto só serão executadas após o término das barreiras.
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O governo fez uma proposta às lideranças dos caminhoneiros na quarta-feira, mas os bloqueios permanecem com força em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul. O governo fará novas negociações?
O governo apresentou uma proposta consistente: carência de 12 meses para pagamentos dos financiamentos, negociação para instituição de uma planilha com valores de frete. As manifestações ainda resistem no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso, mas há diminuição inclusive nesses Estados. As propostas serão mantidas se houver o fim do movimento.
Houve dificuldade para o governo identificar as lideranças, em especial no Rio Grande do Sul e Santa Catarina?
Essa é uma característica do movimento, há uma dispersão muito grande de lideranças. A reunião (na última quarta-feira) estava aberta para todos que quisessem participar, inclusive com a presença de empresários e lideranças regionais. Apresentamos uma proposta consistente.
O senhor acredita que os principais líderes dos movimentos estavam representados na reunião?
Sim, são líderes que fazem parte do movimento. Mesmo assim, depois da reunião, mantemos contato direto com as lideranças regionais. Criamos condições claras para a suspensão do movimento.
O senhor fará novas reuniões em razão da resistência em alguns Estados?
Não vamos promover uma nova reunião. Vamos aguardar a suspensão dos movimentos para implementar as medidas. Reconhecemos nessa pauta um posicionamento equilibrado. Em respeito à população, o governo está mantendo uma posição.
E se o bloqueios no Rio Grande do Sul e Santa Catarina continuarem, qual será a reação?
Não trabalhamos com a hipótese de não suspensão dos movimentos a curto prazo. Houve conquistas importantes frente à agenda apresentada. E é uma situação em que temos também que nos afastar do risco de desabastecimento.
Por que o senhor acredita que o movimento vai se desmobilizar?
Além das propostas apresentadas, vivemos em um cenário de aumento de preço de frete, que já está acontecendo com a colheita da soja.
*Zero Hora