Os ataques cibernéticos são riscos que geram cada vez mais preocupação entre os usuários de internet. Brenda Salenave, professora do Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Segurança Cibernética (Gepesc) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), pontua que, para garantir a segurança no mundo digital, é necessário contar com um bom antivírus e hábitos atentos de navegação.
— Esses tipos de softwares vão tentar proteger, detectar e remover programas que tendem a executar ações maliciosas com relação aos dados, comprometendo os dispositivos e a segurança em geral. Eles minimizam os riscos ao navegar na internet, compartilhar e receber arquivos — acrescenta a especialista.
Dispositivos que usam sistemas operacionais mais populares, como o Windows, por exemplo, já contam com antivírus pré-instalados. Brenda explica que esses softwares integrados, normalmente, oferecem proteção a nível básico. Se o usuário julgar necessário, o mercado oferece soluções que protegem contra mais ameaças e são mais seguras, que podem custar entre R$ 0 e R$ 1.100.
A especialista explica que os antivírus integrados protegem contra as principais ameaças, como vírus, phishing (golpe online para revelar informações sensíveis) e spam (mensagens não solicitadas e indesejadas), por exemplo. A base de dados de assinaturas de vírus dessas soluções é limitada e, por isso, não é atualizada com frequência e não inclui novas ameaças.
— Os pagos entram nesse processo de acessar uma base maior de dados, ter mais atualizações e conseguir detectar mais tipos de ameaça ainda. Mas, para o básico, o gratuito serve. O tipo de antivírus escolhido depende daquilo que o usuário quer fazer. Se a pessoa trabalha com dados mais sensíveis, faria sentido ter um nível maior de proteção — afirma a professora.
Como escolher um antivírus?
Há dezenas de opções disponíveis no mercado, garante Brenda. Alguns sites, como o ProTeste e o AntivirusGuide, entre outros, fazem avaliações e comparações entre softwares disponíveis e ajudam os usuários a encontrar a solução mais adequada para cada caso.
A especialista elenca alguns aspectos aos quais os interessados devem estar atentos na hora de escolher um antivírus:
Compatibilidade
Nem todos os softwares funcionam em todos os dispositivos. Por isso, é importante checar, na descrição do produto, se o antivírus é compatível com o computador, celular ou tablet que o usuário deseja proteger, considerando, também, o sistema operacional de cada aparelho.
— A maioria funciona tanto para computador quanto para celular, mas alguns funcionam para Android, mas não funcionam para Apple, por exemplo. Então, tem que ter cuidado — chama a atenção.
Atualizações
As ameaças cibernéticas evoluem com rapidez e um antivírus desatualizado pode não reconhecer alguns desses perigos. Entre as disponíveis, há soluções atualizadas diariamente, que são consideradas mais seguras.
— É sempre bom manter esse tipo de software atualizado. Principalmente porque tivemos um aumento muito grande em ataques cibernéticos nos últimos anos — esclarece a professora. — A atualização desses antivírus faz com que eles estejam sempre buscando novos vírus, novas ameaças que surgem e consigam estar atentos para conseguir detectar e barrar essas ameaças.
Desempenho
Alguns antivírus podem deixar os dispositivos lentos, alerta Brenda. A especialista pontua que verificar o desempenho desses softwares pode ser uma forma de evitar problemas com a lentidão. Uma alternativa é escolher soluções que façam a varredura completa em horários fixos:
— Dependendo do software, vai precisar fazer uma varredura no dispositivo, seja um smartphone ou computador, buscar por todos os arquivos que têm e buscar por potenciais ameaças ali dentro. Fazer todo esse processamento pode ser custoso em termos de tempo. Pode acabar comprometendo o desempenho e outros fatores.
Suporte
A professora afirma que, na hora de contratar um serviço desses, é importante saber o nível de suporte ao cliente que a empresa oferece. Nos sites dos antivírus, é possível checar se a companhia conta com suporte por telefone ou por chat, por exemplo. Em outras plataformas, como o Reclame Aqui, Brenda sugere conferir as avaliações de outros usuários.
— Serve para saber os problemas que as pessoas têm tido com isso, para ver se tem alguma coisa que pode te afetar também. Normalmente, esses mais sérios oferecem um suporte muito maior ao usuário. São coisas importantes para ficar atento, porque em momentos que, porventura, ocorre algum problema, o usuário vai ter o suporte e todas as informações disponíveis — ressalta.