
Maicol Antonio Sales do Santos, único suspeito de matar Vitória Regina Sousa, de 17 anos, foi indiciado pela Polícia Civil por três crimes: homicídio qualificado, sequestro e ocultação de cadáver. A vítima foi encontrada morta, com sinais de tortura, em 5 de março, em Cajamar, na Grande São Paulo.
O indiciamento de Maicol Santos foi confirmado pela Secretaria Segurança de São Paulo nesta segunda-feira (31), em nota enviada ao g1. Ainda nesta segunda, peritos do Instituto de Criminalístico e policiais da delegacia de Cajamar realizaram buscas na casa do suspeito.
"Não sendo descartada a possibilidade de uma perícia complementar", diz trecho da nota publicada pelo g1.
A Polícia Civil de São Paulo também aguarda os laudos sobre o sangue e o cabelo encontrados no carro de Maicol, para confirmar se são de Vitória. Ele está preso desde 8 de março e chegou a confessar o crime na delegacia de Cajamar, mas, posteriormente, alegou ter sido coagido pelos policiais.
Defesa alega coação
A defesa de Maicol dos Santos afirma que ele foi coagido a assumir o crime durante seu interrogatório na delegacia de Cajamar. Em nota, os defensores apontam que o depoimento foi tomado durante "o período de repouso noturno" e sem a presença dos advogados.
Afirmam ainda que uma perícia psiquiátrica foi agendada "sem ordem judicial" e determinada "apenas um dia após a suposta confissão de Maicol". A nota é assinada pelos advogados Flávio Ubirajara, Arthur Perin Novaes e Vitor Aurélio Timóteo da Silva.
Crime será reconstituído
A Polícia Civil de São Paulo fará a reconstituição da morte da jovem Vitória Regina Sousa. A polícia afirma que os procedimentos obedeceram ao Código de Processo Penal.
A Secretaria da Segurança Pública diz que a Polícia Civil solicitou ao Instituto Médico-Legal (IML) a reconstituição para "esclarecer todas as circunstâncias em que ele ocorreu".
Conforme o advogado da família de Vitória, Fábio Costa, o depoimento de Maicol apresenta incongruências que podem ser esclarecidas durante a reconstituição.
Entre as inconsistências, segundo aponta, está a afirmação de que o suspeito matou a jovem dentro do carro com uma faca que estava entre o banco do motorista e a porta do veículo.
— Matar dentro do carro e a perícia não identificar nenhuma mancha de sangue é menosprezar o trabalho da Polícia Científica. A menos que ele tenha matado em outro carro. Causaria estranheza querer fechar a investigação com uma dúvida desta — afirma.
Relembre o caso
A adolescente de 17 anos desapareceu em 26 de fevereiro, à noite, quando retornava do trabalho para casa. O corpo dela foi encontrado em 5 de março, com o cabelo raspado, despido e com cortes.
Imagens de câmeras de monitoramento mostram Vitória caminhando pela rua até o ponto de ônibus. No local, ela conversa com uma amiga. Segundo testemunhas, a adolescente foi seguida por um carro com quatro rapazes após descer do ônibus.
Antes de desaparecer, a garota enviou áudios para uma amiga, contando que temia por sua segurança e que havia sido assediada pelos homens que estavam no carro.