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A Polícia Civil deve concluir até sexta-feira (14) o inquérito sobre o caso do bolo envenenado com arsênio que matou três pessoas da mesma família, em Torres, no Litoral Norte. Segundo o delegado Marcus Vinicius Veloso, responsável pela investigação, o relatório com 50 páginas já estava em fase de conclusão.
Deise Moura dos Anjos, 42 anos — encontrada morta na cadeia nesta quinta (13) —, será indiciada pelos crimes de triplo homicídio triplamente qualificado e três tentativas de homicídio triplamente qualificadas. Ela responde pelas mortes das irmãs Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, e Maida Berenice Flores da Silva, 59, além de Tatiana Denize Silva dos Anjos, 47 anos, filha de Neuza.
Além das vítimas fatais, outras três pessoas que comeram o bolo foram hospitalizadas por intoxicação. O alvo principal seria Zeli Teresinha Silva dos Anjos, 61 anos — que fez o bolo. Segundo a polícia, a briga entre Deise e a sogra teria iniciado há pelo menos 20 anos e se intensificado ao longo dos anos.
O envenenamento aconteceu em 23 de dezembro de 2024, durante uma reunião familiar em Torres, no Litoral Norte. Deise foi presa em 5 de janeiro, após a Polícia Civil descobrir, no celular dela, pesquisas sobre efeito do uso de arsênio.
Deise foi encontrada morta na manhã desta quinta-feira, na cela que ela ocupava na na Penitenciária Estadual Feminina de Guaíba. O corpo tinha sinais de enforcamento. Com a morte, o inquérito será concluído com o indiciamento, porém, com o pedido de extinção da punibilidade da suspeita.
— Nós vamos terminar o inquérito como se ela estivesse viva, porém ao final do relatório, vamos juntar a ocorrência policial a informação de que a mulher teria sido encontrada morta — explica o delegado.
O delegado diz ainda que na última segunda-feira (10), havia remetido um novo pedido de prisão preventiva para Deise à Justiça, mas que não havia recebido resposta até a manhã desta quinta-feira.
Inicialmente, Deise estava detida em Torres, mas foi transferida no dia 6 de fevereiro, para Guaíba. De acordo com o Chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré, ela foi encaminhada para o município da Região Metropolitana por questão de segurança.
Investigação paralela
O delegado Marcus Vinícius Veloso diz ainda que outro inquérito, pela morte de Paulo Luiz dos Anjos, sogro de Deise, que também morreu envenenado por arsênio, deve ser remetido à delegacia de Arroio do Sal. Ela também é suspeita pelo crime.
O corpo dele foi exumado em 8 de janeiro a pedido da Polícia Civil. O sogro de Deise morreu em setembro do ano passado, vítima de intoxicação alimentar. Exames do Instituto-Geral de Perícias (IGP) constataram que ele também ingeriu arsênio antes de morrer.
O sogro havia consumido bananas e leite em pó, alimentos levados à casa dele, em Arroio do Sal, pela nora.
Segundo o diretor do Departamento de Polícia do Interior, delegado regional Cléber Lima, a investigação da morte de Deise deve ser conduzida pela delegacia de Guaíba.
Contraponto
A Defesa de Deise Moura dos Anjos foi procurada pela reportagem, mas não obtivemos retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.