Juliana Leite Rangel, 26 anos, que foi atingida por um tiro de fuzil na cabeça pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, falou sobre o caso no Fantástico deste domingo (26) e disse que tentou proteger o irmão, que tem deficiência visual.
Esse foi o primeiro pronunciamento da jovem, que passou um mês internada no Centro de Terapia Intensiva (CTI).
Ela foi baleada na cabeça no dia 24 de dezembro de 2024, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Juliana e a família estavam na Rodovia Washington Luís, a caminho de Niterói, quando a PRF disparou contra o veículo.
— Aconteceu muito rápido. Tomei um tiro tentando salvar meu irmão. Mandei o meu irmão abaixar, abaixar, porque ele já é deficiente visual. E eu, vendo que ele estava agachado, tomei o tiro — relatou.
Na entrevista, a vítima, que passou por uma traqueostomia, ainda apresentava dificuldades na fala. Ela agradeceu o apoio da família e de outras pessoas que torceram por sua recuperação.
Os agentes Leandro Ramos da Silva, Camila de Cássia Silva Bueno e Fabio Pereira Pontes, envolvidos no caso, foram afastados de suas funções e tiveram suas armas apreendidas.
Durante a abordagem, o pai de Juliana também foi atingido pelos policiais. Ele sofreu ferimentos leves, mas que o impediram de trabalhar.
A jovem disse que espera que os policiais sejam punidos:
— Quero justiça. Lembro que foi policial. Eu olhei para trás, porque quando (a mãe de Juliana) falou que era tiro, eu não acreditei. Mandei o Daniel se abaixar e fui ver quem estava atirando.
Agora, Juliana espera uma recuperação plena para poder retomar a rotina. Ela já faz planos para quando deixar o hospital.
— Quero voltar a trabalhar, atender meus pacientes, porque eu sou agente de saúde. Encontrar meus amigos. Contar a minha história. E comer uma coxinha — brincou.