Um homem 44 anos, apontado como um dos líderes e cofundador da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), foi preso na quinta-feira (26), durante operação da Polícia Civil, ao desembarcar de um navio de cruzeiro, em Santos, no litoral de São Paulo.
Segundo a polícia, Rogério Faria da Silva, conhecido como "Morcegão", voltava de uma viagem com a família no transatlântico. A reportagem entrou em contato com a defesa de Silva e aguarda retorno.
De acordo com as investigações, o suspeito gerenciava a facção no interior de SP e era o responsável por coordenar a chamada "rota caipira", que consiste em trazer cocaína da Bolívia , ou do Paraguai, e negociar a mercadoria.
— O Rogério é uma liderança importante, é cofundador do PCC na nossa região (Limeira) — explicou o delegado Leonardo Bürger, responsável pela operação.
A ação teve como objetivo combater o tráfico de drogas na Baixada Santista, atividade criminosa controlada pelo PCC. Segundo a polícia, o Porto de Santos é usado como rota para o envio de cocaína para o exterior.
Os agentes cumpriram dois mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão em Limeira e na cidade do litoral. Uma casa no Residencial Morada das Acácias, em Limeira (SP), funcionava como "torre" da organização.
No imóvel, os policiais encontraram 400 tijolos de cocaína – o equivalente a meia tonelada da droga. Os dois homens que estavam no local foram presos em flagrante. Um deles atuava como "gerente" de Rogério.
Além da droga, os policiais apreenderam duas caminhonetes de luxo, celulares, máquina de contar dinheiro, R$ 250 mil em pacotes de cédulas e farto material relacionado à contabilidade do tráfico.
Conforme o delegado, a cocaína estava escondida em fundos falsos de móveis.
— Quando o prendemos, as outras pessoas foram liberadas e alguém alertou o gerente dele em Limeira para sumir com a droga, mas nós já tínhamos nosso pessoal vigiando a casa. Eles foram presos carregando a cocaína na caminhonete. Iam mudar de "chão", mas não deu tempo — contou Bürger.
Segundo o policial, o investigado levava uma vida de luxo, tinha vários automóveis, entre eles a caminhonete onde a droga estava sendo carregada. Para o cruzeiro, ele alugou uma cabine sofisticada e embarcou com dez familiares.
O delegado ainda afirma que as investigações vão prosseguir para atingir outras ramificações da organização. A operação reuniu policiais da Divisão de Investigações Gerais (DIG), Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) e Grupo de Operações Especiais (GOE) de Limeira, com apoio da 5ª Delegacia de Atendimento ao Turista do Porto de Santos.