A Justiça de Parobé recebeu a denúncia do Ministério Público Estadual (MP-RS) contra um médico que, durante uma cirurgia de cesárea, deixou uma gaze no corpo da paciente. O obstetra, agora réu, não teve o nome divulgado.
A mulher morreu em 23 de agosto do ano passado, no Hospital São Francisco de Assis (HSFA), no município do Vale do Paranhana, e a Polícia Civil indiciou o profissional em novembro.
A decisão, da 2ª Vara Judicial de Parobé, também suspende o exercício da atividade cirúrgica do denunciado até que o processo seja julgado.
Em 24 de julho, a promotora Sabrina Cabrera Batista Botelho denunciou o médico pelo crime de homicídio culposo, sem intenção de matar. Ele também vai responder por falsidade ideológica, já que, supostamente, omitiu no prontuário médico da paciente a localização e a retirada da gaze durante uma segunda cirurgia.
A vítima, Mariane Rosa da Silva Aita, 39 anos, deixou seis filhos, um deles o bebê recém-nascido. O parto ocorreu em 12 de junho do ano passado.
Dois dias depois, a mulher recebeu alta do hospital. Mariane voltou a procurar atendimento em agosto, sentindo dores. Ela buscou uma unidade de saúde em Três Coroas, município em que residia na época, sendo atendida, medicada e liberada. Como a dor persistia, a mulher precisou ser levada uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Novo Hamburgo. Exames de imagem apontaram que o pedaço de gaze havia ficado dentro do corpo de Mariane.
Foram apontadas, como causas do óbito, sepse abdominal, causada por infecção, e insuficiência renal aguda.