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Familiares e amigos de Brayan Vidal Ferreira, morto dentro de casa em Imbé, no Litoral Norte, fizeram um ato neste sábado (12) para pedir justiça e agilidade nas investigações. O crime ocorreu em agosto, quando indivíduos invadiram a casa onde o menino de seis anos morava para executar um homem que teria envolvimento em um esquema de agiotagem. Na ação, o pai do menino também foi baleado.
No início da noite deste sábado, com cartazes, balões brancos e camisetas com o rosto da vítima, cerca de 50 pessoas se uniram para pedir punição aos responsáveis pelo crime e mais atenção da Polícia Civil para a conclusão da investigação. A mãe do menino, Fabiene Ferreira, 50 anos, cobrou que mais policiais sejam destinados para a apuração do caso.
— É um descaso total. Qual o motivo de o assassinato de uma criança não ser resolvido? Ele era um inocente, de seis anos, que estava na sala esperando para ver o jogo do Inter e foi morto com um tiro na cabeça. Queremos respostas — diz.
O ato começou em frente à prefeitura de Imbé e seguiu até a delegacia de Polícia Civil.
O que diz a polícia
Conforme o delegado Antônio Carlos Ractz, que investiga o caso, não foram feitas prisões relacionadas ao crime até o momento. No entanto, ele diz ter encaminhado dois pedidos de prisões temporárias no inquérito, mas que foram negados pela Justiça.
Neste momento, segundo Ractz, a investigação está avançada, mas tem esbarrado na falta de policiais para analisar os mais de 20 telefones celulares apreendidos com suspeitos durante cumprimentos de mandados de busca e apreensão.
— Esse caso é a nossa prioridade. Sabemos a motivação e conhecemos o mandante (do crime). Temos muito material para ser analisado. Mas, para ter condição humana de concluir a investigação, preciso de reforço para colocar efetivo policial exclusivamente no caso — diz.
De acordo com o delegado, o crime ocorreu devido a um desentendimento entre indivíduos que participam de um esquema de agiotagem — prática ilegal de emprestar dinheiro com juros elevados — comandado por um grupo de colombianos.
No dia em que o menino foi morto, os executores tinham como alvo um dos integrantes da quadrilha, que estava na casa da família de Brayan. O indivíduo conseguiu fugir.
Após o crime, uma operação foi deflagrada para o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão no Litoral Norte e no Vale do Sinos. Também ocorreu uma prisão em flagrante, de um homem colombiano, de 45 anos, que estava em uma casa em Tramandaí com dinheiro falso. Durante a ação, foram localizados cerca de R$ 15 mil, em peso colombiano, euro e dólar e algumas notas falsas de real.