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O Sindicato dos Árbitros de Futebol do Estado do Rio Grande do Sul (Safergs) move uma ação contra ex-integrantes da diretoria por supostos pagamentos indevidos. Entre os nomes citados está o do atual presidente da Comissão Estadual de Árbitros de Futebol (CEAF), Leandro Vuaden, vice-presidente do Safergs na gestão anterior.
Além dele, são alvos da ação Maicon Soes Zuge, que dirigiu o Safergs de 2018 a 2022, e o ex-tesoureiro Demodio Luiz da Silva Wagner.
O processo, que tramita em segredo de justiça, tem como base uma auditoria contratada pela atual gestão da entidade, presidida por Ingorn Kronbauer desde 1º de janeiro de 2023. A causa pede o ressarcimento de R$ 472.684,60.
Em dezembro de 2024, o Safergs requereu isenção do pagamento das custas processuais e alegou não ter receita para fazê-lo. Na ocasião, o pedido foi indeferido pelo Tribunal de Justiça (TJ-RS).
Procurado por Zero Hora, Ingorn Kronbauer preferiu não comentar o assunto e afirmou que o sindicato se posicionaria por meio de nota, não divulgada até a publicação desta reportagem.
O que dizem as partes
Leandro Vuaden conta que soube do processo através da imprensa e procurou o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) na semana passada para tomar conhecimento do conteúdo da ação.
De acordo com o ex-árbitro, no que diz respeito ao seu nome, é questionado uma comissão de R$ 10 mil recebida em 2020 sobre um patrocínio intermediado por ele no valor de R$ 100 mil. Vuaden explica que a comissão era permitida pelo Safergs desde 2008, para incentivar a busca por patrocínios.
— No final de 2019, início de 2020, eu fui procurado por uma empresa para estampar a marca dela na manga da camisa, e eu prontamente atendi. Coloquei tudo em ata, narrando todos os fatos sobre o contrato. O valor do contrato foi de R$ 100 mil, que o sindicato recebeu. Por todo esse acordo estipulado pelo Safergs, eu fiz jus de 10% e não de 20% (como seria o limite permitido). Está tudo documentado — garante Vuaden.
Ainda conforme o ex-árbitro, a auditoria entende que entes associados ou eleitos não podem receber dinheiro de uma entidade sem fins lucrativos, como é o caso do Safergs. Ele afirma que, caso seja concluído que há irregularidade no procedimento, devolverá o valor.
Vuaden deve falar desse assunto e sobre as polêmicas de arbitragem no Gauchão, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (25), às 11h. ZH acompanhará ao vivo.
O ex-presidente Maicon Soes Zuge afirma que ainda não foi notificado acerca do processo e, por enquanto, prefere não se manifestar. Também contatado por ZH, Demodio Luiz da Silva Wagner disse que não sabe o conteúdo da acusação.