Um caso do famoso golpe do Pix, que tem feito muitas vítimas, tomou rumos inesperados para Priscila Campolim de Campos, da cidade de Bauru, São Paulo. A estudante de jornalismo recebeu uma mensagem no WhatsApp de um criminoso, que tentou extorqui-la através desse método. No entanto, ao ver a foto de perfil da jovem, o homem desistiu do roubo e passou a flertar com ela.
Em áudio enviado a GZH, Priscila relatou ter recebido uma mensagem na noite de terça-feira (6) de um número se apresentando como atendente bancário. Em prontidão, a jovem percebeu que se tratava de um golpe:
— Atendimentos de bancos não entram em contato por WhatsApp, já trabalhei (com isso) então sou esperta. Isso (golpe) é muito comum, né. Eu xinguei ele inicialmente e ele respondeu "vai que você cai, nunca se sabe" — contou.
O criminoso mandou informações pessoais de Priscila e sua família, que o questionou de como ele havia conseguido tais dados.
— Continuei conversando com ele para descobrir aonde ele descobriu esses dados. Continuei sendo simpática para tentar descobrir isso, mas não tive sucesso.
Logo após a troca de mensagens sobre os dados pessoais, o criminoso surpreendeu Priscila e começou a flertar com ela. "Nossa Pri. Mas você é uma gatinha hein. Manda uma foto sua para eu ver. Pri, vem se envolver bb", escreveu. A vítima resolveu atender ao pedido inusitado e enviou uma fotografia.
Assim que viu a imagem, o criminoso afirmou que a paulista era tão bonita que até desistiria de aplicar o golpe e continuou a flertar com ela. "Até largo o golpe para ficar com você. Desculpa aí amiga. Nóis tá na luta. Não sabe quem é quem. Você tem entendimento. Pix tá bloqueando. Civil tá atrás. Tá puxado", relatou.
— Eu achei engraçado (o flerte). É um brasileiro, não me surpreendi com as respostas dele — disse Priscila.
A estudante disse que não tomou nenhuma providência após a tentativa de golpe e o criminoso não voltou a procurá-la desde então.
O golpe do Pix
De acordo com uma pesquisa realizada pela empresa de cibersegurança, PSafe, entre janeiro e junho desse ano, houve 844,8 tentativas de aplicação do golpe do Pix. No ano passado, para o mesmo período analisado, o número era bem inferior, chegando a 65,43 tentativas. Com isso, é perceptível um aumento de 1.191% nos casos.
Um fator que explica o aumento das tentativas de golpe é que houve uma maior popularização do uso do Pix no país. As transações financeiras com ele cresceram 257% no primeiro semestre desse ano (8.247.165.611), se comparado ao mesmo período de 2021 (2.307.611.468).