Desde que o filho Luan Machado Rodrigues, 29 anos, saiu de casa em Restinga Seca, na Região Central, no dia 10 de dezembro, dizendo que viajaria para Bento Gonçalves, na Serra, a empregada doméstica Eva Vanise Machado, 52 anos, vive dias de incerteza. O primogênito não chegou ao destino e, desde então, o celular dele permanece desligado. O desaparecimento foi registrado na Polícia Civil de Santa Maria, onde é investigado.
Há cerca de dois meses, após se separar da esposa, Luan havia voltado a morar com a mãe. Na quinta-feira (9), o filho contou que havia pedido demissão da empresa onde trabalhava havia cerca de três anos e que viajaria para a Serra na manhã seguinte. O irmão de Luan reside em Bento Gonçalves. Quando deixou a moradia da mãe, levava somente uma mochila com algumas roupas. O trajeto iniciaria seguindo até Santa Maria, que fica a cerca de 60 quilômetros, e dali embarcando para a Serra.
Naquele mesmo dia, por mensagem, Luan informou aos familiares que já estava em Santa Maria e que na rodoviária pegaria o ônibus das 14h. A viagem deveria durar cerca de cinco horas. No início da noite, o irmão aguardou por Luan em Bento Gonçalves, mas ele não chegou ao destino. A família passou a tentar contato com Luan, mas o telefone dele permanecia desligado.
— Ele disse que ia para a casa do irmão, e de repente já ficaria por lá. Nunca tinha sumido antes — afirma a mãe.
Ainda no fim de semana, a família passou a buscar notícias de Luan. Na segunda-feira, dia 13, foi realizado registro na Polícia Civil, onde o caso foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Santa Maria. Os familiares seguem divulgando o caso pelas redes sociais, na tentativa de obter alguma informação sobre o paradeiro dele. Luan é o mais velho dos quatro filhos de Vanise, e também é pai de duas meninas. A mãe conta que o filho costuma ser mais reservado.
— Ele não é muito de conversar, é mais fechado. Não sabemos o que pode ter acontecido. Só quero que ele seja encontrado — diz a mãe.
Desembarcou de ônibus
Segundo o delegado regional Sandro Meinerz, a Polícia Civil conseguiu apurar até o momento que Luan realmente desembarcou na rodoviária de Santa Maria e adquiriu nova passagem, com destino a Bento Gonçalves. Depois disso, permaneceu aguardando no local e embarcou no ônibus, mas, antes de deixar a cidade, desembarcou no bairro Camobi.
— Dali, ele saiu caminhando a pé, às margens da RSC-287, como se seguisse de volta para Restinga Seca. A última imagem que obtivemos é dele saindo de Santa Maria — afirma o delegado.
A região onde Luan teria desaparecido é cercada de propriedades rurais, e até o momento não foi encontrado novo vestígio do paradeiro dele. Segundo o delegado, não há indicativo de que ele tenha sido vítima de algum tipo de crime.
— Estamos trabalhando bastante nesse caso. Mas ainda não sabemos porque ele fez isso — diz Meinerz.
Informações sobre o paradeiro de Luan, ainda que de forma anônima, podem ser repassadas à Polícia Civil pelo telefone 197.
Adolescente
Este é o segundo caso recente de desaparecimento envolvendo o município de Restinga Seca. Em novembro, a adolescente Gabriela Ferreira Glasenapp, 15 anos, sumiu na cidade. Após ficar 18 dias desaparecida, a garota teve o corpo encontrado. A mãe da adolescente chegou a ser extorquida por criminosos e fez pagamento de R$ 450 para quitar suposta dívida da filha.
Em 2 de dezembro, o corpo de Gabriela foi encontrado em uma região de mata na Vila Pelizaro, ainda no perímetro urbano do município. O cadáver estava enterrado em cova rasa. Segundo o delegado, quatro pessoas foram presas por suspeita de envolvimento nesse crime – uma delas em prisão domiciliar. Outras duas ainda são procuradas. A investigação concluiu que a garota foi executada por pessoas vinculadas ao tráfico de drogas.
