O diretor-executivo do Procon do Rio Grande do Sul, Felipe Martini, foi uma das vítimas do golpe do WhatsApp no Estado nos últimos meses. Ele recebeu ligação de um criminoso que se passou por assessor da prefeitura de Porto Alegre pedindo que confirmasse presença em um evento no próximo sábado (25). A história contada a Martini não era verdadeira e cerca de 300 contatos dele receberam mensagens com pedidos de empréstimo de dinheiro.
Martini recebeu ligação na última segunda-feira (20) de um estelionatário que fingiu ser assessor do prefeito Nelson Marchezan. Depois de muita conversa, na qual o suspeito mostrava saber detalhes do cargo e da vida social do diretor, foi feito o convite. Bastava confirmar presença por meio de um código. Martini repassou os dígitos solicitados pelo suposto assessor.
— É difícil perceber, como a própria polícia está alertando, já que os criminosos estão diversificando as formas de abordagem. E como geralmente a gente está fazendo outras coisas ao mesmo tempo, jamais vai imaginar que seja algo do tipo — explica Martini.
O diretor-executivo do Procon-RS foi vítima de uma nova forma de abordagem dos criminoso. Os estelionatários estão obtendo números de telefones das vítimas não só em sites de compra e venda, mas nas redes sociais e estão se passando por celebridades, assessores de autoridades, entidades sociais e até empresas. Os convites têm sido para eventos sociais e tem até cobrança de dívidas. A forma do golpe é sempre a mesma: pedem para que a pessoa clique ou envie um código de verificação.
Agilidade
Martini destaca que em apenas 10 segundos, após passar o código, o seu WhatsApp ficou travado. Logo em seguida, começou a receber ligações de amigos sobre os pedidos de dinheiro.
— Depois do problema, cabe a nós sermos ágeis. Primeiro, fiz ocorrência policial. Depois, enviei e-mail para o WhatsApp para solicitar o bloqueio do aplicativo. Mesmo assim, publiquei nas redes sociais, meus contatos compartilharam e atendi a todos que entraram em contato comigo explicando o golpe. É um problemão — ressalta Martini.
O diretor-executivo do Procon-RS diz que somente às 11h desta quinta-feira (23) o WhatsApp voltou a funcionar no seu telefone.
Orientações
A orientação básica do delegado André Anicet, da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), é jamais clicar em códigos enviados ou reenviá-los a outras pessoas. O policial diz que não há estatística no Rio Grande do Sul sobre esse tipo de crime, pois todas as ocorrências são contabilizadas como estelionato, sem um campo específico para esses golpes.
O delegado revela que a maioria das vítimas registrou ocorrência — e lembra que é fundamental fazer o registro — sobre ligações telefônicas ou mensagens com o DDD 011, de São Paulo. Após análise inicial, foi verificado que parte das vítimas fizeram depósitos em contas bancárias de agências na Região Sudeste.
O Deic lançou no mês de dezembro do ano passado campanha de alerta sobre o golpe do WhatsApp. A iniciativa foi chamada de Navegue com Segurança. Anicet ressalta que não há ainda como afirmar se os casos estão aumentando, mas ressalta que tem ocorrido com frequência maior há pelo menos um ano. Por isso há, quatro dicas básicas:
- Habilite a dupla verificação em seu WhatsApp
- Não repasse códigos recebidos sem antes verificar a veracidade
- Fique atento a mensagens recebidas pedindo dinheiro
- Verifique a agência e conta bancária do destinatário
Informações sobre como evitar este tipo de golpe ou como proceder se alguém for vítima, podem ser obtidas pelo WhatsApp do Deic (51) 98444-0606.
GaúchaZH entrou em contato com a assessoria de imprensa do Facebook, empresa reponsável pelo WhatsApp, e aguarda retorno.