Prestes a completar um mês, a apuração sobre o sequestro e a morte da menina Eduarda Herrera de Mello, nove anos, ganha forma. A partir de denúncias, a polícia chegou a 50 nomes de suspeitos, sendo que 60% deles acabaram descartados. Conforme a delegada Andrea Magno, do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), há pelo menos 20 pessoas que poderiam ter cometido os crimes e são investigadas.
Eduarda desapareceu em 21 de outubro, enquanto brincava de roller com uma vizinha e o irmão no bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre. No dia seguinte, o corpo da menina foi encontrado às margens da RS-118, em Alvorada.
O inquérito ultrapassa 500 páginas, mas está em segredo de Justiça e, por isso, muitos detalhes não foram repassados a GaúchaZH. Entre eles, está o veículo utilizado no crime ou número de ocupantes.
Horas após o desaparecimento de Eduarda, um veículo foi encontrado na Rua Jose Juliano, no bairro São Sebastião, zona norte da Capital, e cordas foram localizadas no interior do automóvel. Segundo a delegada, foi descartado o uso desse carro no crime — o GPS não identificou que tenha passado próximo do local no qual Eduarda sumiu.
A investigação encontra dificuldades pelo fato de o crime ter ocorrido à noite e pelo rapto não ter sido flagrado por adultos. A polícia teve acesso a 14 câmeras, mas muitas das imagens não são de boa qualidade.
Segundo a delegada, investigadores refizeram o possível trajeto do veículo da casa da família até onde a menina foi encontrada para localizar câmeras. O material obtido está sendo analisado entre policiais do Deca e por servidores do Instituto-Geral de Perícias (IGP). De acordo com o diretor-substituto do Departamento de Criminalística, Marcelo Nadler, três peritos estão trabalhando exclusivamente na análise das imagens.
Além desse serviço, foram solicitadas 17 perícias ao IGP. Entre elas, estão os locais onde a menina foi raptada e encontrada e a necropsia do corpo.
Até agora, 18 pessoas prestaram depoimento, entre elas duas crianças – uma delas foi ouvida pela própria delegada por mais de três horas, por meio de uma técnica diferenciada, com uso de desenhos e brinquedos para deixar a criança à vontade. Ao todo, foram feitas 64 diligências, entre elas a apuração de denúncias.
Conforme a delegada, o inquérito chega a contar com 20 investigadores – sete deles são reforços de outros departamentos. Andreia salienta que a apuração tem prioridade na DP, que tem 3 mil inquéritos em andamento.
Denúncias sobre o crime podem ser repassadas pelos telefones (51) 2131-5720 ou 0800-642-6400.