Novos relatos reforçam a suspeita de que o homem flagrado por câmeras de monitoramento caminhando pela Avenida João Pessoa, em Porto Alegre, seja o assassino do jornalista Tagliene Padilha da Cruz, 33 anos. Na quinta-feira, dia em que a delegada Roberta Bertoldo divulgou as imagens do suspeito, familiares da vítima reconheceram como sendo de Tagliene a mochila e o moletom que o homem estava usando.
– São depoimentos bem importantes para que se chegue a identificação do assassino – comentou a delegada.
Leia mais
VÍDEO: imagens mostram suspeito de assassinato de jornalista deixando prédio
Polícia analisa imagem de suposto assassino de jornalista em Porto Alegre
Polícia apura se objetos foram levados do apartamento de jornalista morto
Por meio destas imagens, a Polícia Civil pretende pedir ao Instituto-Geral de Perícias (IGP) que seja feito o reconhecimento facial do suspeito, que aparenta ter entre 25 e 35 anos. O êxito do trabalho vai depender da qualidade das imagens.
Outra opção é o retrato falado, mas, neste caso, testemunhas precisam fazer a descrição facial do suspeito. A pessoa mais indicada para isso é o morador do prédio onde Tagliene morava, na Avenida João Pessoa, bairro Farroupilha, em Porto Alegre, que abriu o portão de acesso à rua para o suspeito sair do edifício após o crime. No entanto, o morador contou à delegada que não conseguiu reparar nas feições do suspeito, principalmente pelo seu rosto estar encoberto pelo capuz.
Tagliene foi morto depois das 23h do último domingo, dentro do seu apartamento. Encontrado por duas amigas com marcas de agressões no rosto e na cabeça, estava com o corpo enrolado em um cobertor. Um laudo do Departamento Médico-Legal (DML) demonstrou que o jornalista foi assassinado por estrangulamento. Não foi encontrado no apartamento nenhum objeto que tenha sido usado para agredi-lo. Conforme a perícia, o imóvel não foi arrombado, o que leva a crer que a entrada do assassino foi consentida pela vítima e que algum desentendimento aconteceu no interior do imóvel.
Nas imagens, o suspeito do homicídio – um homem de cabelo preto e curto – aparece caminhando pela Avenida João Pessoa em direção à Avenida Venâncio Aires à 0h51 de segunda-feira. Aparentando tranquilidade, abana para o porteiro de um prédio vizinho e segue seu caminho enquanto fuma um cigarro. Nas costas, carrega a mochila na qual a delegada acredita estarem o notebook e o celular de Tagliene. Roberta irá ouvir o porteiro nos próximos dias em busca de pistas que levem à identificação do rapaz.
Conforme a investigação, o rapaz deixou o apartamento de Tagliene por volta da meia-noite, mas ficou preso no pátio do prédio por cerca de 50 minutos, entre o portão que dá acesso à avenida e a porta do edifício. Alguns moradores dizem ter visto o rapaz da imagem no quintal e outros relataram à delegada que o interfone dentro dos seus apartamentos tocou algumas vezes pouco depois da meia-noite. A suspeita é de que fosse ele tentando sair do pátio do prédio.
Pouco antes da 1h, um morador que chegava em casa liberou o portão para que o suspeito fosse embora. No momento seguinte, ele foi flagrado pelas câmeras, já na rua.
Quem tiver informações sobre o suspeito que aparece nas imagens pode denunciar de forma anônima ao Disque-Denúncia pelo 0800-642- 0121.