Um foragido da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase) era alvo dos dois homens que mataram quatro pessoas de uma mesma família e deixaram outras três baleadas, na manhã de sábado, em Gravataí.
Conforme a Polícia Civil, o homem não foi encontrado pelos criminosos. Os quatro mortos (entre eles, um menino de seis anos) e uma mulher que ficou ferida, de acordo com o delegado de Homicídios do município, Felipe Borba, não tinham qualquer envolvimento com a criminalidade.
O crime aconteceu em um terreno com duas casas na Rua Dom Vitório Mônego, no bairro Cruzeiro. Os dois homens chegaram em um Toyota Etios preto e, com armas em punho se dirigiram inicialmente para a residência da frente.
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Dois rapazes e uma jovem grávida, que estavam no local, fugiram para a casa dos fundos, mas foram perseguidos pela dupla.
Na casa que fica atrás, estavam Altair Camargo, 42 anos, a mulher, Roberta Procasco, cuja idade não foi divulgada, seus filhos Carolina, 17 anos, e William, seis anos, e sua sogra, Magali Claudino Procasco, 57 anos.
Os dois homens armados começaram a atirar indiscriminadamente em quem estava no local. Vizinhos das casas próximas disseram terem ouvido dezenas de tiros.
Altair, Carolina, William e Magali morreram no local. Roberta, mesmo tendo sido atingida por oito disparos, foi socorrida ao Hospital Dom João Becker e, de acordo com a polícia, não corre risco de morte.
Um dos rapazes que havia sido perseguido foi baleado na barriga, e o outro, em uma das mãos. Mesmo ferida, a dupla conseguiu fugir pulando um muro. Eles foram atendidos e liberados no hospital no mesmo dia. A grávida, conforme relatou à polícia, só não foi baleada porque a arma de um dos criminosos teria falhado no momento em que ele tentou matá-la.
De acordo com o delegado Borba, na casa da frente foram encontrados um colete balístico, três celulares e um rádio transmissor. Na moradia, estariam vivendo um foragido da Fase, cuja idade não foi divulgada, e a mulher grávida.
Testemunhas disseram à polícia que o Etios preto usado pelos criminosos já teria sido visto outras vezes no local. Os dois feridos, conforme o delegado, têm antecedentes por roubo de veículos, receptação e tráfico de drogas. Ouvidos pela polícia, negaram que fossem o alvo dos atiradores.
– Estamos apurando e acredito que chegaremos logo aos autores e à motivação deste crime, no qual não foi poupada nem uma criança – disse o delegado.
Menino completaria sete anos na sexta-feira
A família Camargo preparava a festinha para comemorar os sete anos de William, uma das vítimas da chacina. Seria na próxima sexta-feira, e o menino estava demonstrava ansiedade em relação ao evento.
– Já tinha salão reservado e a decoração já havia sido encomendada. Ele (o menino) estava muito feliz – contou o tio de William e irmão de Altair, Orides Camargo, 39 anos.
No sábado, no momento em que os atiradores chegaram, a família tomava chimarrão. Entre os filhos de Altair, apenas um adolescente de 16 anos não estava em casa. Ele havia saído como o avô, e só por isso, foi poupado, uma vez que os criminosos dispararam contra todos que estavam no local.
Os corpos de Altair, Carolina, Willian e Magali foram velados durante o domingo na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, em Cachoeirinha.