A busca por uma cadela desaparecida é a esperança de um morador de Porto Alegre para amenizar o trauma da violência sofrida por sua filha de 17 anos.
Na manhã de sexta-feira, a adolescente foi atacada enquanto passeava com a cachorra Ranita pelas ruas Lima e Silva e Lobo da Costa, no bairro Azenha.
O criminoso obrigou-a a permanecer dentro de um contêiner de coleta de lixo. Quando a jovem saiu, a cadela havia sumido. Segundo testemunhas, Ranita teria sido levada pelo condutor de um Corcel azul que passava pelo local e deparou com o animal, aparentemente sem dono.
- Minha filha ficou em estado de choque. Foi uma violência descabida. Estou tentando juntar o máximo de esforços para achar a cadela. É uma tentativa de resgatá-la da violência e amenizar a dor - diz o pai, o vendedor Rodrigo Tórgo, 42 anos.
A adolescente, que vivia com a mãe em Quaraí, mudou-se neste ano para a casa do pai na Capital, com o plano de concluir o Ensino Médio e preparar-se para o vestibular. Trouxe consigo Ranita, que viu nascer em casa, oito anos atrás.
Às 7h da sexta-feira, saiu à rua para passear com a mascote. Perto de casa, na Lobo da Costa, foi abordada por um homem de moletom verde que a agarrou pela nuca e ordenou que ela não olhasse para ele.
- Não grita. Já matei cinco. Matar mais um para mim não significa nada - ameaçou o criminoso.
Ele roubou o relógio da adolescente. Depois, já na Lima e Silva, obrigou-a a entrar no contêiner:
- Fica aí dentro 10 minutos ou vou voltar para te matar.
Quando a menina saiu do lixo, Ranita já havia sido levada. Por causa do abalo, a garota foi para a casa da mãe, no Interior. O pai preparou cartazes com a foto da cadela e pretende usar as redes sociais na internet para mobilizar as buscas. Desprovida de cauda, Ranita é descrita por Rodrigo como gorda e de pernas finas. Precisa tomar medicação para controlar crises de epilepsia.