A Secretaria Estadual da Saúde está intensificando a campanha de chamamento para a vacinação contra o HPV. A imunização é direcionada a meninas entre nove e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos. De acordo com o secretário João Gabbardo dos Reis, 40% das garotas estão vacinadas contra o HPV no Rio Grande do Sul. E só 6% dos meninos fizeram a primeira dose da vacina.
– Nossos números estão muito baixos também porque existe uma resistência dos pais. Mas essa vacina é a única maneira que a gente tem de evitar a transmissão do HPV no futuro. Mesmo que use o preservativo, essas lesões podem não estar nos locais protegidos – observa.
Para tentar melhorar a adesão, o governo gaúcho busca fortalecer a campanha junto aos adolescentes. Além da publicidade tradicional, o Estado está usando as redes sociais, inclusive com divulgação de vídeos e cards.
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– Um dos grandes motivos dessa campanha é que se descobriu que as lesões causadas pelo HPV estão altamente relacionadas à incidência de câncer, que pode aparecer anos depois como o do colo de útero – destaca, ao frisar que a Austrália foi o primeiro país a implantar a vacina na rede pública, em 2007. O Brasil começou a campanha nacional em 2014, mas desde 2011 a rede privada já oferecia a imunização.
Gabbardo garante que todas as unidades de saúde têm a vacina disponível e na quantidade suficiente para a campanha. Atualmente, mais de 700 mil doses teriam que ser aplicadas para atingir 100% da meta da campanha no Estado.
Para o secretário, as famílias não precisam se preocupar com a segurança da vacina ou considerá-la um “passaporte para relações sexuais”. De acordo com Gabbardo, a vacinação precoce é para que, quando o adolescente atingir a idade de vida sexual ativa, já esteja imune à doença.
Além da campanha, uma das estratégias para melhorar os índices é a participação de equipes volantes nas escolas.
– Vamos trabalhar junto aos professores para que eles expliquem o que é um câncer, qual é esse vírus, qual a importância da vacina – detalha.