Engana-se quem pensa que depressão é coisa só de gente grande. Ela também aparece nos pequenos, seja sob a forma de problemas para dormir, dores constantes sem explicação, melancolia ou até excesso de agressividade.
Com uma incidência cada vez maior entre crianças e adolescentes, o transtorno tem despertado a atenção de especialistas, preocupado os pais e colocado as escolas em alerta.
Leia o depoimento da mãe de um menino de 11 diagnosticado com depressão
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a depressão atinge quase 20% da população brasileira - sendo que os índices entre crianças e adolescentes variam de 1% a 5%. Isso significa que ela pode estar atingindo mais de 8 milhões de crianças no país - número que vem aumentando a cada ano.
Especialistas explicam como a depressão se manifesta em crianças e adolescentes:
Associada a fatores que vão desde a predisposição genética (a chance de que os filhos sejam depressivos é quatro vezes maior nas famílias em que pai e mãe apresentam a doença) até a experiência de episódios traumáticos no ambiente familiar, a manifestação é envolta em sutilezas, já que os pequenos não têm a mesma capacidade que os mais velhos de perceber a doença, muito menos de expressá-la.
Conheça os sinais, tratamentos e saiba o que fazer
- A imaturidade emocional e cognitiva não permite, muitas vezes, que a criança nomeie os sentimentos e as emoções que serão fundamentais para o diagnóstico clínico de depressão. Elas não têm clareza de que estão tristes ou desanimadas, percebem apenas que estão com menos capacidade para se divertir, ver os amigos - destaca Miguel Angelo Boarati, psiquiatra da infância e da adolescência e coordenador do ambulatório de transtornos afetivos e do Hospital Dia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Série Meu Filho Tem um Problema
Imaturidade emocional dificulta diagnóstico da depressão na infância
Transtorno é o tema da quarta reportagem de série especial do caderno Vida
Jaqueline Sordi
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