Saborear hambúrgueres, massas e outras comidas na rua já virou mania em Porto Alegre, mas optar pelas refeições em food trucks - caminhões de comida, na tradução literal - exige alguns cuidados básicos do consumidor. No domingo, em um festival no estacionamento do BarraShoppingSul, foram apreendidos e inutilizados 42 quilos e 40 litros de alimentos em decorrência de, principalmente, armazenagem em temperatura inadequada e mau acondicionamento. Problemas como a não indicação de procedência e inexistência da identificação das datas de produção e validade também foram registrados.
A consultora em segurança de alimentos e nutricionista Sabrina Bartz explica que, na maioria dos casos, o principal fator para que não haja equipamentos necessários para armazenagem adequada é a limitação de espaço.
- Existem alimentos que podem estar contaminados com microrganismos que não são eliminados no cozimento e que produzem toxinas prejudiciais ao organismo mesmo depois de ir ao fogo. Às vezes, demora três dias para que a pessoa passe mal por causa da ingestão de um alimento contaminado - alerta a nutricionista.
Coordenador da Equipe de Vigilância de Alimentos, Paulo Antônio Casa Nova, afirma que, atualmente, as regras vigentes para food trucks derivam de uma adaptação das leis do comércio ambulante e dos lanches rápidos em trailer. O licenciamento é responsabilidade da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic) em parceria com a Coordenadoria-Geral de Vigilância em Saúde. Uma regulamentação específica para food trucks deve entrar em vigor até o fim do ano.
Curso de manipulação de alimentos é obrigatório
Sobre as apreensões de domingo, a Associação Porto-alegrense de Food Truck, em nota publicada em sua página oficial no Facebook, afirmou que "não houve má índole de nenhum dos trucks autuados" e apoiou a ação de fiscalização.
- Pela proporção do evento, pode ter havido algum descuido. Mas as pessoas não precisam se desesperar. Há um controle muito rígido - avalia a secretária da associação, Guadalupe Dias Vieira, 35 anos.
Proprietária do food truck Olívia e Palito, ela lembra que é obrigatória a realização de um curso de manipulação de alimentos pelos trabalhadores que atuam diretamente na confecção das comidas e que o pré-preparo de alguns ingredientes ocorre em uma cozinha autorizada pelos órgãos fiscalizadores. Já o BarraShoppingSul informou, em nota, que "permitiu a participação no Food Truck Festival somente dos caminhões vistoriados pela Vigilância Sanitária e com Operação Autorizada pela Secretaria Municipal da Produção, Indústria e Comércio (Smic)". Confira, ao lado, as dicas de especialistas para garantir um lanche sem surpresas desagradáveis.
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