Numa realidade em que a profissão é mais sinônimo de obrigação do que prazer, amar o seu trabalho, ou trabalhar no que se ama, às vezes chega a ser surpreendente. E é exatamente a cara de surpresa que Mariana Ferreira, 39 anos, vê expressa nas pessoas que a conhecem.
- Sou palhaça - diz, ao ser questionada sobre sua profissão.
- Mas, como assim? - é normalmente o que segue à conversação.
Daí em diante, Mari não só explica que optou por transformar a paixão pela arte de rua em profissão, como ressalta os benefícios desta escolha. A artista, apaixonada por felinos desde a infância, acreditava que seu destino era cuidar de animais. Depois de passar pela faculdade de biologia e de trabalhar em laboratórios, pet shops e até em um zoológico, ela viu que seu futuro era outro.
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Foi aos 24 anos, quando decidiu morar na Argentina, que descobriu sua verdadeira vocação: fazer as pessoas rirem.
Ao se aproximar da arte de rua, bastante comum nas calçadas portenhas, a jovem começou a imergir em um mundo até então desconhecido. Realizou vários cursos de teatro e oficinas de palhaço, viveu em um galpão em Buenos Aires, trabalhou e aprendeu com outros artistas, voltou para Porto Alegre e seguiu a carreira por aqui.
Com o nome artístico Camomila, Mariana montou a CiaUmPédeDois com o também palhaço e músico Mauro Bruzza. Desde então percorre o Brasil e o Exterior - com direito a um tour pela Europa uma vez por ano - para fazer as pessoas rirem pelas calçadas do mundo. Hoje, completando quase duas décadas na profissão, a artista encara as escolhas com a certeza que tomou as decisões certas:
- Eu dei muitas voltas até encontrar o que realmente me faz feliz. Consigo ganhar dinheiro e sustentar minha família com esse trabalho e ainda me sinto realizada profissionalmente. O contato com as pessoas, estar sempre aprendendo coisas novas e a cada apresentação ter a sensação de uma nova conquista é o que me mantém viva - comenta.
Eu amo o que faço
Aos 24 anos, ela descobriu sua verdadeira vocação: fazer rir
Mariana perambulou entre pet shops, laboratórios e até um zoológico até perceber que seu destino era outro
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