O fato de ter sido ator profissional antes de entrar para o jornalismo justifica o jeito despojado do apresentador Fernando Rocha, no programa Bem Estar, da Rede Globo. Há quase 20 anos na emissora, ele fez carreira cobrindo esporte e no telejornalismo até assumir o comando da atração matutina. Fernando falou a Zero Hora, por telefone, sobre o programa e o próprio bem-estar que encontrou na fase atual da carreira. Confira os principais trechos da entrevista:
TV Show - Que papel a televisão cumpre ao levar a temática de saúde e qualidade de vida para o público?
Fernando Rocha - É um papel muito importante porque a gente fala de saúde, mas não só do ponto de vista de notícia. Uma pessoa vê uma notícia no Jornal Nacional ou em outros telejornais e se sente bem informada, mas, por exemplo, a crise na Europa, a situação econômica da Espanha, isso não tem muito a ver com a vida dela. O que a gente fala tem um efeito direto no que as pessoas fazem. A gente tem centenas de relatos de pessoas que descobriram coisas vitais para a saúde delas, a partir de informação do programa. Gente que estava engasgando e a gente descobre que viu no programa a Manobra de Heimlich, que é uma forma de desengasgar, ou então faz um autoexame e descobre que está com a glândula da tireoide aumentada, que está com um câncer em estágio inicial. Então um programa assim toma um espaço cada vez mais importante. Estamos falando de vidas e de salvar vidas.
TV Show - Os críticos desse tipo de programa dizem que eles reproduzem um discurso disciplinador: "você tem que fazer isso", "não pode comer aquilo". O que você pensa disso?
Fernando - A gente fala as coisas, mas tem esse cuidado de não descolar muito da realidade, porque se não a vida seria esse cinza completo, essa coisa sem sal, sem açúcar, sem gordura, sem manteiga, sem refrigerante (risos). A gente dá algumas dicas nesse sentido, mas tenta dar uma equilibrada. Aliás, o fato de eu estar no programa e a Mariana (Ferrão) também já é um exemplo desse equilíbrio. Sou uma pessoa normal, ando de metrô, de ônibus, vou à padaria. Quanto mais coisas você faz no dia a dia mais noção você vai ter dos exageros do programa.
TV Show - Tão "normal" que a mudança de hábitos atingiu o próprio apresentador do programa, que perdeu peso, correu maratona... como foi esse processo?
Fernando - Foi uma percepção minha de que é possível fazer isso e se sentir bem. Não precisa mudar tanta coisa na vida, você vai ter atitudes simples que vão ser transformadoras mesmo. De tanto falar, eu fui testando. Participei da São Silvestre e de outras provas de corrida, mudei meu cardápio, mas nada muito radical, sabe? Foram coisas muito naturais, como devem ser as grandes mudanças, de forma natural, gradativa e constante.
TV Show - E como é ter profissionais da saúde como colegas no estúdio?
Fernando - A relação é ótima porque são médicos da melhor qualidade. Com o passar do tempo, o grupo fixo de consultores vai se aprimorando conosco, eles vão pegando o formato do programa, e com essa alma da essência médica, da divulgação do que é bom para a saúde, da divulgação disso para lugares onde jamais as pessoas poderiam fazer uma consulta com o doutor Alfredo (Halpern), a doutora Ana Escobar, o doutor (Roberto) Kalil, mas de repente elas têm essa informação de forma muito direta e ao mesmo tempo com pouquíssima formalidade, numa linguagem que é possível entender. Tanto é que somos um dos programas que mais recebe e-mail, mais tem participações pela central do telespectador, e isso tem muito a ver com o desenvolvimento dos médicos ao longo dos quase dois anos de programa.
TV Show - Alguma novidade está sendo preparada para o aniversário de dois anos?
Fernando - No mês passado, começamos a discutir essas coisas, mas com certeza vai ter comemoração. A gente está muito feliz, porque não é fácil você estar dois anos no ar com um programa tão interessante, a gente acredita que tem que comemorar, sim! Então, dia 21 de fevereiro de 2013, a gente vai estar soltando foguete (risos)! Vai ser bem legal.
