Debruçada sobre um piano, a artista Margrethe Skou Larsen, 48 anos, encerra a conversa sobre os ritmos que movimentam sua vida em busca do amadurecimento interior.
Filha de um músico dinamarquês que veio ao Brasil para tocar violino na Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) e acabou se casando com uma violinista gaúcha, Margrethe cresceu na Áustria, onde seu pai era regente. Lá, estudou conceitos europeus, como a pedagogia Waldorff e a Euritmia, que valorizam menos o externo e focam no que é natural.
Vem daí a compreensão de que é preciso sentir-se bem em sua própria casa, ou seja, o corpo que abriga seu espírito, apesar dos cabelos brancos terem surgido logo aos 28 anos, desafiando as convenções da sociedade.
- As crianças me perguntavam por que eu era grisalha, então comecei a tingir os cabelos, mas não resisti por muito tempo. Eu me sentia uma mentirosa, minha verdade é o prateado! - conta a artista.
Antes de deixar as madeixas esbranquiçadas à mostra, Margrethe raspou a cabeça, despindo-se de qualquer sintoma de vaidade.
- Depois dos 35 anos, a natureza não nos dá mais de presente a beleza física, então começa a aparecer quem somos realmente - ensina.
Foi justamente aos 35 que Margrethe veio para o Brasil, após morar na Alemanha e nos Estados Unidos. Em um estúdio na Capital, ela dissemina a prática da euritmia, técnica que utiliza a arte e o movimento para trabalhar o autoconhecimento e a autoestima.
- A pessoa que olha com carinho para si, aceitando suas fraquezas, faz irradiar o amor que transparece pelos olhos e vai se tornar interessante para os outros, evidentemente, para certo tipo de pessoa que compartilha esses valores - comenta.
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